Feira de Artes Manuais comemora Dia do Artesão no Rio

Publicado em 19/03/2014 - 20:01 Por Alana Gandra – Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Rio de Janeiro - Feira de capacitação em artesanato Rio Artes Manuais, no Centro de Convenções SulAmérica, no bairro do Estácio, oferece oficinais de novas técnicas artesanais (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Oficinas  técnicas  garantem  aperfeiçoamento  das técnicas das artesãsFernando Frazão/Agência Brasil

Maior feira de capacitação em artesanato do Rio de Janeiro e uma das maiores do Brasil, a Rio Artes Manuais abriu hoje (19), Dia Nacional do Artesão, sua oitava edição. A feira, que vai até domingo (23), tem como tema central a Copa do Mundo e oferece oficinas técnicas, com material gratuito para os artesãos.

“É o que chamamos de 'faça e leve'. Eles aprendem a fazer e levam para a  casa a peça pronta”, disse o coordenador do evento, Roberto Santos. Com o aumento de 40% no número de expositores este ano, espera-se também maior número de participantes nas oficinas gratuitas:  no ano passado, foram 18,7 mil alunos e agora estima-se de 20 mil a 25 mil.

Lembrando que muitas famílias têm hoje o artesanato como fonte de renda, Santos disse à Agência Brasil que o conceito da Rio Artes Manuais é que o artesão tenha uma peça piloto e possa reproduzí-la. Segundo ele, como a feira oferece ao artesão a oportunidade de dar mais qualidade a seu produto, aumenta também a competitividade – as indústrias apresentam novos produtos ao público e novas técnicas aos expositores.

Veterana na Rio Artes Manuais, Eny Pires da Silva participou de sete das oito edições da feira. Ela disse que não vive de artesanato, mas o que ganha com a venda de seus produtos “completa a renda e Ajuda bastante”. Eny destaca como pontos positivos da feira os novos relacionamentos e a possibilidade de aperfeiçoamento das técnicas artesanais. “É um bem que faz à alma da gente”.

Pela primeira vez na feira, Aurora Silva disse que está "pronta para aprender” e acredita que o artesanato pode vir a se transformar em fonte de renda. “É isso que eu quero. E é arte, que seduz a todos”.
Lucas Araújo, que trabalha com pintura, está em busca de novos conhecimentos. Agora, ele quer aprender a fazer bijuterias. “Mais à frente, se precisar, poderei usar também esse conhecimento. Todo conhecimento que me ajudar, vou buscar”, ressaltou.

Um grupo de artesãos do Projeto Rio Ecosol (Rio Economia Solidária), da prefeitura, participa do evento pela segunda vez. Segundo a diretora de Economia Solidária da Secretaria Especial de Desenvolvimento Econômico Solidário da prefeitura, Ana Asti, o objetivo é integrar mais artesãos do município e do estado, para que "consigam mais receita do que na edição do ano passado”.

Ana Asti espera que o aproveitamento seja maior do que o do ano passado, “que já foi muito interessante, uma vez que era a primeira vez que se fazia esse trabalho”. A ideia é avançar netse sentido, acentuou. O Projeto Rio Ecosol seleciona grupos de artesãos de comunidades carentes, além dos que integram o Fórum de Economia Solidária, para participar da Rio Artes Manuais e outras feiras. Outros artistas são recrutados pelo Programa Rio de Janeiro Artesãos, do governo fluminense.

Este ano, mais três comunidades entraram no projeto Rio Ecosol: Morro da Coroa, em Santa Teresa, Nova Holanda, no Complexo da Maré, e Antares Palmares, na zona oeste. Com isso, chega a sete o número de comunidades atendidas pelo projeto. As quatro primeiras foram Cidade de Deus, Morro do Alemão, Manguinhos e Santa Marta. No caso das comunidades, ela explicou que o objetivo é capacitar os artesãos, permitir que eles trabalhem de forma coletiva, formando redes locais, e buscar a comercialização em conjunto.
 

Rio de Janeiro - Feira de capacitação em artesanato Rio Artes Manuais, no Centro de Convenções SulAmérica, no bairro do Estácio, oferece oficinais de novas técnicas artesanais (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Artesãs participam  de oficina  na Rio Artes Manuais, que vai até domingoFernando Frazão/Agência Brasil

De acordo com Ana, buscar uma identidade artesanal para o estado do Rio é um desafio que ainda não foi alcançado. "Este é um projeto de longo prazo”, disse ela, informando que mais de 500 mulheres estão no projeto e participam também do Circuito Carioca de Economia Solidária, que inclui a realização de feiras nas praças da cidade.

Ana, que é também vice-presidente da Organização Mundial de Comércio Justo (WFTO, na sigla em inglês), ressaltou que o trabalho artesanal coletivo contribui para aumentar a autoestima dos envolvidos na atividade. ”É a inclusão produtiva. Porque não se dá o peixe. Dá-se a vara para pescar." Segundo ela, a inclusão produtiva leva as pessoas à inclusão social e à inclusão na economia por meio da força de seu trabalho.

Edição: Nádia Franco

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