Festival Vale do Café chega à 12ª edição e homenageia Dorival Caymmi

Publicado em 06/07/2014 - 13:31 Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Acervo Família Caymmi

O centenário do cantor e compositor baiano inspira a atual edição do festival. Foto: Acervo Família CaymmiAcervo Família Caymmi

Música, história e cultura popular. Reunindo esses três elementos, o Festival Vale do Café chega à 12ª edição e rende homenagens ao compositor Dorival Caymmi, que completaria 100 anos em 2014, e também o maestro César Guerra-Peixe. O evento, que começa nesta segunda-feira (7), com recital no plenário da Câmara Municipal de Vassouras, no centro-sul do Rio de Janeiro, levará apresentações culturais a 15 cidades do estado. A maior parte da programação é gratuita. 

A primeira semana do será dedicada aos cursos de música dirigidos pelo violonista Turíbio Santos. Segundo o diretor do evento, Nelson Drucker, as aulas gratuitas pretendem capacitar 400 alunos de várias partes do país, a maior parte integrante de movimentos sociais. Desse total, 200 alunos têm bolsa integral. Em edições anteriores, o número de alunos qualificados variou entre 400 e 500 por ano.

“A gente entende que a parte dos cursos de música coincide com a política existente, tanto federal, como estadual, de inserção pela música, para que a cultura chegue a todo mundo”, destacou Drucker, que explicou que a coincidência das férias escolares com a realização da Copa do Mundo de Futebol, que vai até o dia 13 de julho, levou à antecipação do início dos cursos.

A atração principal desta edição é a cantora Fafá de Belém, que se apresentará com a Orquestra Sinfônica de Barra Mansa nos municípios de Barra Mansa, Piraí e Resende. Além das músicas de seu repertório, a cantora apresentará canções de Dorival Caymmi. “Ela liga a parte nordestina e nortista do Dorival e, em vez de cantar só músicas praieiras, ela vai cantar 'Peguei um Ita no Norte', além de lembrar um momento muito importante da nossa história, que são os 30 anos do (movimento) Diretas Já”.

A expectativa é que o total de visitantes alcance, este ano, entre 70 mil e 80 mil pessoas, alavancando o turismo na região. Os eventos gratuitos nas praças públicas e nas 12 fazendas históricas que integram o roteiro de visitação começam no dia 14.  Os participantes poderão visitar as fazendas coloniais do tempo áureo da produção cafeeira no estado e também conhecer manifestações tradicionais da região, como o jongo e o maculelê.

A exemplo do que ocorreu no ano passado, algumas prefeituras, inspiradas pelo festival, estão fazendo programações paralelas. “Você vai criando no público o interesse e abrindo uma porta para a cultura local”, disse Drucker, que salientou, ainda, a geração de emprego e renda a partir do festival.

A organização do evento calcula que o gasto médio do festival no ano passado superou R$ 500 por pessoa. “Nós estamos levando renda para a região e vemos as cidades se aparelhando, dando cursos, preparando mão de obra, reformando seus hotéis”, enfatizou o diretor, para quem o festival funciona como uma porta para que a região se capacite para receber os turistas também em outros períodos do ano.

Ao todo, de 2003 até o ano passado, o Festival Vale do Café registrou 661 apresentações envolvendo 7.374 artistas, sendo 141 concertos em fazendas centenárias da região. Nesse período, foram capacitados cerca de 3.295 alunos nos cursos gratuitos de música, ministrados por 197 professores. O público total somou, em 11 edições, 838 mil pessoas.

O Festival Vale do Café vai até o dia 27 de julho e é realizado com o apoio do Ministério da Cultura e com o patrocínio de empresas privadas, por meio da Lei Rouanet de Incentivo à Cultura e da Lei de Incentivo à Cultura do Estado do Rio de Janeiro. As duas leis concedem isenção fiscal parcial de impostos para pessoas físicas e jurídicas que investem em projetos culturais.

Edição: Helena Martins

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