Relatora vota contra autorização prévia para publicação de biografias

Publicado em 10/06/2015 - 16:51 Por André Richter - Repórter da Agência Brasil - Brasília

A ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal (STF), votou hoje (10) contra a autorização prévia para publicação de biografias. A ministra é relatora da ação direta de inconstitucionalidade da Associação Nacional dos Editores de Livros (Anel) contra liminares que proíbem o lançamento das biografias. Após o voto de Cármen Lúcia, nove ministros ainda vão votar.

A ministra do STF, Cármen Lúcia Antunes Rocha participa da abertura do 7 Fórum Liberdade de Imprensa & Democracia (Antonio Cruz/Agência Brasil)

Para Cármen Lúcia, autorização significa censura préviaAntonio Cruz/Arquivo/Agência Brasil

Para a ministra, é inconstitucional o entendimento de que é preciso autorização prévia dos biografados para publicação de obras bibliográficas ou audiovisuais. Segundo ela, o entendimento contrário significa censura prévia.

Apesar de garantir a liberdade aos biógrafos, Cármen Lúcia garantiu que reparação material poderá  ser concedida em casos de abusos. “Não é proibindo, recolhendo obras, impedindo sua circulação, enfim, calando-se, não apenas a palavra do outro, mas amordaçando-se a história, que se consegue cumprir a Constituição”, disse a ministra.

Um dos casos que podem ser influenciados pela decisão do Supremo é a biografia não autorizada do cantor Roberto Carlos. A biografia Roberto Carlos em Detalhes foi escrita por Paulo César de Araújo. Em 2007, 11 mil exemplares foram recolhidos das livrarias após ação ajuizada pelo advogado do cantor.

Edição: Armando Cardoso

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