Museu Itinerante Egípcio é atração deste ano da Feira da Providência no Rio

Publicado em 16/11/2015 - 05:49 Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Moradores e turistas que visitarem o Rio de Janeiro de 25 a 29 deste mês terão a oportunidade de conhecer um pouco da história do Egito antigo no Museu Itinerante Egípcio, que o artista plástico do país Essam instalará em uma área de 400 metros quadrados no Riocentro, na Feira da Providência, um dos mais tradicionais eventos socioculturais da capital fluminense. A Feira da Providência tem o lucro investido nas atividades sociais do Banco da Providência, que assiste a mais de 2 mil famílias em 70 comunidades carentes do município.

No Museu Itinerante Egípcio, o público poderá ver 200 réplicas de peças originais que estão expostas nos museus do Cairo, de Alexandria, Luxor e Nova York. “Tem sarcófagos, múmias e todas aquelas imagens da cultura egípcia”, disse a superintendente do Banco da Providência, Clarice Linhares. No local também será comercializado artesanato produzido no Egito.

Para Clarice, é uma oportunidade de as pessoas conhecerem a cultura do país. “É uma das funções da feira possibilitar às pessoas ter contato com culturas de várias regiões. E o Egito sempre interessa muito às pessoas, em especial a fase da antiguidade”. O artista plástico Essam costuma fazer mostras itinerantes como essa em várias regiões do mundo.

Além do museu itinerante, na feira, que comemora a 55ª edição, os visitantes também terão contato com a cultura escocesa. Com trajes típicos, o grupo Brazilian Piper levará para o Riocentro suas gaitas de fole e as danças naturais da Escócia. Na parte literária, haverá tarde de autógrafos com o escritor e cartunista Ziraldo, autor de todos os cartazes da feira, além de outros autores. No Pavilhão das Nações, 300 expositores de 27 países e 11 estados brasileiros estarão mostrando artesanato e gastronomia.

Também pela primeira vez, os ingressos estão sendo vendidos pela internet. Eles podem ser comprados no endereço www.feiradaprovidencia.org.br. Na edição do ano passado, mais de 100 mil pessoas visitaram a feira. Para este ano, a meta é superar esse número, “pelo menos em 10%”, disse Clarice. A Feira da Providência rendeu lucro líquido, no ano passado, de R$ 1,8 milhão. Esse valor corresponde a 50% do orçamento do Banco da Providência, criado em 1959 pelo então bispo auxiliar do Rio de Janeiro, dom Hélder Câmara, para apoiar financeiramente a população de baixa renda.

Banco da Previdência

O banco promove a Feira da Providência desde 1961. Em 2015, embora entenda que a situação do país está complexa, Clarice acredita que há possibilidade de superar o resultado de 2014. “Além de se divertir e comprar suas lembranças de Natal com segurança, só com o fato de comprar um ingresso, a pessoa já está contribuindo para os projetos sociais do banco, já que a feira é a maior receita do Banco da Providência. Seu objetivo é contribuir para que mais de 2 mil famílias tenham uma qualidade de vida melhor”, disse a superintendente.

O Banco da Providência tem dez postos de atendimento, denominados Agências de Família, que trabalham com pessoas que vivem em situação de pobreza extrema. O banco trabalha a questão do desenvolvimento humano, onde são vistas, por exemplo, as partes de documentação, crianças na escola e encaminhamento para tratamento de saúde. “Após essa parte de resgate de autoestima, cidadania e direitos humanos, a gente faz um plano de atitudes com cada uma dessas famílias, onde elas veem o que precisam para gerar renda. Essa é a fase 1”.

A fase 2 encaminha as pessoas para cursos de capacitação, no centro de Realengo, zona oeste do Rio, que forma mais de mil pessoas por ano. No local, as pessoas aprendem uma profissão em oito áreas. “Depois que elas fazem esses cursos e aprendem uma profissão, a gente tem uma agência de empreendedorismo e outra de emprego. Quem tem perfil de emprego formal é encaminhado para o mercado de trabalho e quem resolve empreender – mais de 80% são mulheres que não podem passar o dia inteiro fora de casa, porque têm filhos - a gente trabalha o empreendedorismo”.

As áreas mais procuradas são beleza, moda e gastronomia. As três fases do projeto duram um ano. O objetivo é que, ao final, as pessoas gerem renda suficiente para ter uma vida digna e conseguir se sustentar por meio do próprio trabalho.

Edição: Fábio Massalli

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