Organizações criticam prisões de ativistas no Rio

Publicado em 12/07/2014 - 15:50 Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro
Atualizado em 12/07/2014 - 20:49

Organizações não governamentais divulgaram notas em que criticam a prisão hoje (12) de manifestantes no Rio de Janeiro. A organização não governamental Justiça Global disse que a ação é um ato arbitrário, com objetivo de reprimir expressões da população, na luta por justiça social.

Em nota, a ONG questiona a expedição dos mandados de prisão na noite de ontem (11) e o cumprimento neste sábado, véspera da final da Copa do Mundo. “No dia anterior à final da Copa do Mundo, para quando há um grande ato de rua marcado, detidos e detidas, incluindo duas mães, estão sendo encaminhados para a 'Cidade da Polícia', chegando na caçamba de camburões e sendo retirados sob a mira de fuzis”, relata a entidade.

De acordo com a nota, a transferência dos presos para o Complexo Penitenciário de Bangu pode ocorrer ainda hoje, dia em que a Defensoria Pública, o Legislativo e outros órgãos do Estado “que poderiam atuar contra esta arbitrariedade estão em regime de plantão, dificultando sua atuação”.

Para a Justiça Global, os fatos “evidenciam o propósito único de neutralizar, reprimir e amedrontar aqueles e aquelas que têm feito da presença na rua uma das suas formas de expressão e luta por justiça social”.

As prisões cumpriram mandados expedidos pela 27ª Vara Federal da Capital. Entre os presos, está a ativista Elisa Quadros Sanzi, a Sininho, que foi detida em Porto Alegre e deve ainda hoje chegar ao Rio de Janeiro, escoltada por policiais civis fluminenses. Os manifestantes são suspeitos de praticarem atos violentos durante protestos na cidade do Rio.

Em nota divulgada esta tarde (12), a organização não governamental Anistia Internacional avaliou como preocupante as prisões "por parecer repetir um padrão de intimidação que já havia sido identificado pela organização antes do início do Mundial”.

Para a organização, a liberdade de expressão e a manifestação pacífica são direitos dos cidadãos e, por isso, devem ser respeitados e garantidos pelas autoridades em todas as situações, inclusive durante a Copa do Mundo. “Ninguém deve ser detido ou preso apenas por participar de uma manifestação e exercer tal direito”.

A Anistia Internacional solicitou às autoridades do Rio de Janeiro que garantam o direito de reunião e manifestação pacífica de cidadãos “e parem de agir de forma a intimidar os manifestantes”. Pede também que as autoridades “garantam que todos aqueles detidos tenham total acesso à assistência legal e aconselhamento jurídico, e que advogados sejam autorizados a exercer suas funções profissionais sem intimidação, obstáculo ou interferência imprópria”.

 

* Texto atualizado às 20h48 para acréscimo de informações e alteração do título

Edição: Luana Lourenço

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