Ato em São Paulo lembra 46 anos do assassinato de Marighella

Publicado em 04/11/2015 - 14:20 Por Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil - São Paulo

São Paulo - Antigos militantes dos movimentos sociais se reuniram ao redor do monumento que marca o local aonde foi morto Carlos Marighella, um dos líderes da resistência contra da ditadura(Rovena Rosa/Agência Brasil)

Antigos militantes dos movimentos sociais se reuniram no local onde Marighella foi mortoRovena Rosa/Agência Brasil

Os 46 anos do assassinato do guerrilheiro Carlos Marighella foram lembrados em um ato hoje (4)  na Alameda Casa Branca, no Jardim América, zona oeste paulistana. Antigos militantes e ativistas de movimentos sociais se reuniram ao redor do monumento que marca que naquele local foi morto um dos líderes da resistência contra da ditadura. A companheira do guerrilheiro, Clara Charf, se emocionou durante a cerimônia. “Imaginar que em um dia feio como hoje, chuvoso, pessoas de diferentes idades viriam aqui falar dos ideais de Marighella”,  disse.

Uma das grandes lutas do antigo líder era, segundo Clara, a defesa da liberdade de expressão e a busca do empoderamento dos que não tinham voz. “Marighella lutou pela liberdade em todos os sentidos. Sempre batalhou para que as pessoas se expressassem”, afirmou. Ela lembrou que que o guerrilheiro chegou a fundar uma universidade popular quando esteve preso em Fernando de Noronha (PE).

O advogado Aton Fon Filho, militante da Aliança Nacional Libertadora (ALN), organização de resistência à ditadura comandada por Marighella, falou sobre o companheiro. “Era um homem que, além de se preocupar com a análise científica da realidade e da prática transformadora, tinha uma preocupação muito grande com as pessoas. Não digo apenas o coletivo, o social. Ele via também o indivíduo, as dores, o sofrimento, as alegrias e a felicidade de cada um”, contou sobre o guerrilheiro, que além de pegar em armas, fazia poesias e canções..

Além dos antigos companheiros de luta, estiveram presentes militantes jovens de movimentos sociais, como Olívia Carolino, que representou a Consulta Popular. “A gente sente uma responsabilidade muito grande de assumir esse legado e estar lado a lado desses companheiros, na luta”, ressaltou a ativista, que vê no líder uma figura inspiradora. “O Marighella está na alegria de lutar, de se assumir como socialista, está no compromisso com a revolução brasileira, no amor pelo povo e na luta pela liberdade”.

O baiano Carlos Marighella iniciou a militância aos 18 anos, quando se filiou ao Partido Comunista Brasileiro. Preso em 1936, durante a ditadura de Getúlio Vargas, foi eleito deputado federal constituinte em 1946 e, no ano seguinte, teve o mandato cassado. Quase 20 anos depois, foi preso pela Delegacia de Ordem Política e Social (Dops). Em 1968, fundou a Ação Libertadora Nacional (ALN), grupo armado de resistência à ditadura. No dia 4 de novembro de 1969 foi emboscado e assassinado pelo delegado Sérgio Paranhos Fleury.

Edição: Maria Claudia

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