Prefeito diz que venezuelanos são acolhidos com dignidade em São Paulo

MPF pediu explicações sobre condições de imigrantes

Publicado em 20/06/2018 - 22:45 Por Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil - São Paulo

O prefeito de São Paulo, Bruno Covas, disse que os imigrantes venezuelanos acolhidos nos equipamentos públicos municipais estão sendo atendidos com dignidade. “O Ministério Público [Federal] cumpre o seu papel de fiscal da lei. Nós temos toda a tranquilidade de que o que saiu na imprensa não tem nenhuma relação com o que acontece na realidade”, disse hoje (20) em coletiva de imprensa.

Covas se referiu a pedido de explicação do Ministério Público Federal (MPF) à prefeitura sobre as condições dos venezuelanos recebidos na cidade. Baseado em informações divulgadas pela imprensa, o MPF diz que há suspeitas de que os abrigos têm diversas restrições que dificultam a vida e integração dos venezuelanos.

“O tratamento nos CTAs [Centro Temporário de Acolhimento] é como em qualquer um dos CTAs, feito com a maior dignidade possível. As pessoas discutem conjuntamente o que vai ter no CTA. Agora, é claro, tem horário de entrada, de saída, como qualquer equipamento público municipal. Temos tranquilidade de que o tratamento é o melhor possível”, acrescentou o prefeito em relação às críticas sobre restrição de horários.

Um venezuelano ouvido pela reportagem no CTA do Butantã disse que o local tem bom atendimento, muita comida e bom trato com os imigrantes, mas que há regras em relação aos horários. Jarvis Henrique, 24, que está no Brasil há um ano e seis meses, chegou na capital paulista em março deste ano após passar por Pacaraima (RR) – cidade que faz fronteira com a Venezuela – e por Boa Vista (RR). “Se chega tarde [no CTA], não deixa entrar. A comida, se chega tarde, tampouco. O banheiro é limpo, cama é boa”, disse.

Ação para refugiados

A declaração de Covas ocorreu após a assinatura do Programa Clube Amigo do Refugiado, acordo de cooperação com a Agência da ONU para Refugiados (Acnur) para incentivar a prática esportiva e integração dessa população. O programa será implantado gradativamente nos 46 equipamentos esportivos do município, com treinamento de funcionários e capacitação para promover adaptação dos refugiados. Os locais receberão também placas com mensagens de boas-vindas em cinco idiomas: português, inglês, francês, espanhol e árabe.

“É uma forma de integrar e acolher melhor os refugiados que vêm para a cidade através do esporte. Há uma série de iniciativas que a cidade de São Paulo é pioneira nesse tema e a gente gostaria de se diferenciar de outros países que separam pais e filhos, e de outras políticas em relação a refugiados, até porque o município se orgulha de ser uma cidade que foi construída por inúmeros imigrantes que pra cá vieram e transformaram a cidade de São Paulo na força e na pujança econômica que ela é”, disse o prefeito.

Covas acrescentou que o papel do município é “acolher essas pessoas que passam por momentos de aflição, de necessidade, para que elas possam encontrar na cidade de São Paulo um porto cada vez mais seguro”.

Edição: Fábio Massalli

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