Graça Foster comemora exploração de volumes excedentes do pré-sal

Publicado em 24/06/2014 - 22:10 Por Vladimir Platonow - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

A presidenta da Petrobras, Graça Foster, comemorou a contratação direta da companhia para a produção do volume excedente ao originalmente contratado sob regime de cessão onerosa, em áreas do pré-sal. A decisão foi tomada hoje (24), pelo Conselho Nacional de Política Econômica (CNPE), reunido em Brasília.

A decisão é referente aos volumes adicionais aos 5 bilhões de barris de óleo equivalente (boe), contratados no regime de cessão onerosa nas áreas de Búzios, entorno de Iara, Florim e nordeste de Tupi. Os contratos de partilha de produção terão vigência durante 35 anos.

Para ter direito à exploração, a companhia terá de pagar ao governo, em dinheiro, R$ 2 bilhões como bônus de assinatura, ainda este ano. Depois, terá que antecipar parte do excedente em óleo. Serão pagos R$ 2 bilhões em 2015, R$ 3 bilhões em 2016, R$ 4 bilhões em 2017 e R$ 4 bilhões em 2018. A forma como esses valores serão pagos, se em óleo ou dinheiro, caberá ao governo decidir, explicou Graça Foster, durante coletiva de imprensa, na sede da estatal, no Rio de Janeiro.

Ao longo do dia, as primeiras informações inquietaram o mercado, fazendo com que as ações preferenciais da companhia fechassem em queda de 3,61% e as ações ordinárias, que dão direito a voto, queda de 2,67%. Investidores questionaram o desembolso de R$ 2 bilhões pela companhia. A presidenta da Petrobras, no entanto, considerou o investimento inicial pequeno - diante do total previsto para o ano, ao redor de R$ 45 bilhões - e disse que isso não afetará o caixa da empresa. Ela acredita que, com as explicações mais detalhadas aos investidores, nos próximos dias, haverá uma reversão de tendências.

Graça Foster salientou que a exploração dos excedentes do pré-sal é uma ótima oportunidade para a estatal, que poderá aumentar a produção nos próximos anos, enquanto muitas outras petrolíferas estão reduzindo o volume de petróleo produzido.

“Isto é o potencial de crescimento de uma companhia. É uma Petrobras muito maior, uma empresa que, com toda sua luta, tem conseguido crescer. Outras empresas têm perdido 200 mil, 400 mil barris por dia de produção, nos últimos cinco anos. A Petrobras tem conseguido manter sua produção de 2 milhões de barris [dia]. É uma empresa que está caminhando para uma produção de 4 milhões de barris por dia, de forma muito consciente”, acrescentou.

A presidenta da Petrobras resumiu a importância da decisão tomada hoje para o país: “Produção de petróleo, produção de energia, é soberania nacional. Quem tem energia é soberano. Quem tem este volume de petróleo, com o conhecimento que temos, é soberano de fato”.

Graça Foster revelou, em uma apresentação eletrônica, os motivos pelos quais considera a exploração dos volumes excedentes uma ótima oportunidade para a Petrobras. Segundo ela, a oportunidade vai reduzir a exposição ao risco nas atividades exploratórias, pois a área já é conhecida. Além disso, vai permitir a manutenção do patamar de produção de 4,2 milhões de barris por dia, em 2020. O primeiro óleo da área está previsto para 2021, com pico em torno de 1 milhão de barris em 2026.

Fora isso, segundo Graça Foster, a Petrobras passa a ter acesso a volumes potencialmente recuperáveis, entre 9,8 bilhões e 15,2 bilhões de barris de óleo equivalente, com baixo risco, pois esses volumes já foram parcialmente delimitados pela companhia. As estimativas são da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis.

 

 


Fonte: Graça Foster comemora exploração da Petrobras de volumes excedentes do pré-sal

Edição: Stênio Ribeiro

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