Bancos indenizam prefeitura paulistana por movimentação na gestão Maluf

A prefeitura de São Paulo receberá US$ 10 milhões do banco suíço UBS Zurique e US$ 15 milhões do Citibank, de Nova York, a título de indenização. Com isso, as instituições ficam livres de ação judicial envolvendo o ex-prefeito da capital Paulo Maluf, uma vez que ambas foram usadas nas movimentações de recursos desviados naquela gestão (1993-1996).

“Trata-se de uma compensação pelo dano moral coletivo sofrido pela população paulistana. Os dois bancos não reconheceram culpa, mas foram extremamente corretos quando apresentamos as provas dos desvios realizados por Paulo Maluf e outras pessoas, entre 1993 e 1998”, disse o promotor Silvio Marques.

A prefeitura e o Ministério Público (MP) assinaram nesta sexta-feira (13) termos de ajustamento de conduta com os dois bancos. O acordo será homologado pelo Conselho Superior do Ministério Público e pela Justiça de São Paulo e, a partir do acordo, os bancos terão prazo de 30 dias para fazer os depósitos.

A administração municipal receberá 90% dos recursos. O restante ficará nos cofres do estado, para cobrir gastos que o MP teve com a investigação, e também para o Fundo Estadual de Interesses Difusos de São Paulo.

Em nota, o prefeito Fernando Haddad disse que a política de combate à corrupção teve mais uma vitória. "Estamos conseguindo mais um acordo com bancos que foram, inadvertidamente, ou não, utilizados para a remessa de recursos para o exterior”. Segundo Haddda, a prefeitura concorda em usar os recursos para o Parque Augusta ou para cheches, dependendo da viabilidade jurídica do primeiro empreendimento.

Em dezembro do ano passado, a prefeitura recebeu do Deutsche Bank o montante de R$ 46,8 milhões, também como indenização por movimentação de dinheiro desviado na gestão Maluf. O valor pago pelo banco alemão será destinado à construção de creches na capital paulista.

Além disso, a prefeitura venceu uma ação na Ilha de Jersey contra Paulo Maluf, que resultou em condenação no valor de cerca de US$ 33 milhões. Do total, já foram depositados US$ 10 milhões, e os US$ 23 milhões restantes dependem apenas da conversão em dinheiro das ações bloqueadas da empresa Eucatex (de propriedade da família Maluf) na Ilha de Jersey, para que a prefeitura receba.

A assessoria de imprensa de Maluf, atualmente deputado federal pelo PP de São Paulo, informou que o dinheiro movimentado não é do ex-prefeito, e asseguras que ele nunca teve conta no exterior.