Mercado considera positiva saída de Graça Foster da Petrobras

Publicado em 04/02/2015 - 14:44 Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

A presidenta da Petrobras, Graça Foster, participa de reunião conjunta das comissões de Assuntos Econômicos e de Fiscalização e Controle do Senado (Antônio Cruz/Agência Brasil)

O anúncio da renúncia de Graça Foster fez ações da empresa voltarem a subir no mercado, diz economista Antonio Cruz/Agência Brasil

O economista Roberto Teixeira da Costa, que foi o primeiro presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), na década de 70, e atualmente preside a Câmara de Arbitragem do Mercado da BM&FBovespa, considerou positiva, do ponto de vista do mercado, a demissão da presidenta da Petrobras, Graça Foster. Ao lado de mais cinco diretores da estatal, Graça Foster renunciou ao cargo hoje (4).

Com base em sua experiência em mais de 25 conselhos empresariais, Teixeira da Costa disse hoje (4) à Agência Brasil que todo negócio é baseado no fator confiança. “Quando esse fator desaparece, não adianta ficar buscando se houve responsabilidades, participação ou interação com o processo que aconteceu. A perda da confiança é fatal para uma empresa, para um país e para uma pessoa.”

Para ele, a saída de Graça Foster e da diretoria da Petrobras era, de certa maneira, uma coisa previsível devido ao desgaste pelo qual a companhia vem passando. O anúncio da saída fez as ações da empresa voltarem a subir no mercado. Ontem (3), as ações preferenciais (sem direito a voto) da Petrobras fecharam em alta de 15,47% na BM&FBovespa.

Segundo Teixeira da Costa, após o desgaste pela perda de confiança, a fase que se avizinha é a da escolha dos novos dirigentes da estatal, dos processos de gestão e das medidas que serão tomadas. A experiência e o "background" (conhecimento) são fatores importantes para o novo gestor da Petrobras, disse o economista. É preciso saber também quais são os seus planos e como ele pretende operar, ou seja, “quais são as políticas que ele pretende adotar na empresa”.

“Preferivelmente”, o novo dirigente da Petrobras deve ser uma pessoa mais jovem, que traga uma visão mais contemporânea à empresa, disse Teixeira da Costa, que considera excelentes os nomes lembrados para substituir Graça Foster. Entre eles, citou os ex-presidentes da Vale, Roger Agnelli, do Banco Central, Henrique Meirelles, da BR Distribuidora, Rodolfo Landim. Teixeira da Costa disse, porém,  preferir "qualquer nome que não fosse um dos três". "Alguma novidade, alguém que pudesse me surpreender”, enfatizou. Entre os três nomes apontados, o melhor, para ele, "seria Landim porque, pelo menos, tem o “background” da casa”.

Edição: Valéria Aguiar

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