Número de famílias paulistanas endividadas recua pela sétima vez e chega a 40%

Publicado em 10/03/2015 - 13:22 Por Flávia Albuquerque — Repórter da Agência Brasil - São Paulo

Moeda, dinheiro

Resultado do mês ficou 12 pontos percentuais abaixo do registrado em fevereiro de 2014 Arquivo/Agência Brasil

Quase 40% das famílias paulistanas tinham algum tipo de dívida em fevereiro, revela a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), feita pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP). É o sétimo mês consecutivo em que o volume de famílias endividadas na capital paulista recua. O resultado do mês é 12 pontos percentuais menor que o registrado no mesmo período do ano passado (50,9%) e 0,4 ponto percentual menor que o registrado em janeiro deste ano (39,3%).

A pesquisa mostra que o percentual de endividamento das famílias que recebem até 10 salários mínimos também diminuiu e é o menor desde 2010. Em fevereiro, o índice ficou em 41%, abaixo do registrado em janeiro (42%). Entre os tipos de dívidas com maior participação no orçamento das famílias, estão financiamento de carro (24,2%); carnê (23,9%); financiamento de casa (13,3%); e crédito pessoal (13,1%).

A pesquisa mostrou também que a busca por novas linhas de crédito recuou 5,4%, na comparação com fevereiro de 2014, e que a maioria dos entrevistados (84,3%) não tem intenção de contrair novos financiamentos nos próximos três meses. “Um dos fatores que comprovam o cenário cauteloso é a retração do percentual de famílias que optaram pelo uso do cartão de crédito como forma de pagamento de suas contas”, diz a Fecomercio-SP. Mesmo sendo a modalidade mais escolhida entre as famílias entrevistadas, em fevereiro, o índice teve queda, passando de 69,1% no mesmo período de 2014 para 47,1%. Na comparação com janeiro (52,4%), o resultado foi 5,3 menor.

De acordo com a assessoria econômica da Fecomercio-SP, o baixo nível de endividamento neste início de ano demonstra que o consumidor está cauteloso para contratar de novos financiamentos em função do desempenho econômico do país, das altas dos preços e dos juros, que pressionam a renda das famílias.

Os inadimplentes são 10,8% dos entrevistados – em fevereiro do ano passado, eram 14,4%. Entre as famílias com contas atrasadas, 52,2% tinham contas vencidas há mais de 90 dias; 24,5%, entre 30 e 90 dias; e 21,6%, com atraso de até 30 dias. Segundo a pesquisa, 4,5% não tinham condições de pagar as contas, total ou parcialmente, nos próximos meses, contra 4,7% no mês passado. Em fevereiro de 2014, o percentual ficou em 3,5%.

Edição: Denise Griesinger

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