Participação das capitais na formação do PIB cai em três anos
A participação das capitais brasileiras na formação do Produto Interno Bruto nacional – a soma das riquezas do país – caiu 1,5 ponto percentual em três anos. De acordo com a publicação PIB dos Municípios 2013, divulgada hoje (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a participação das 27 capitais passou de 34,3% em 2010, para 32,8% no ano do levantamento
Os dados confirmam ainda a desigualdade e concentração de renda no país. Um quarto da renda e 13,8% da população brasileira se concentram em apenas sete dos 5.570 municípios do país: São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Belo Horizonte, Curitiba, Manaus e Campo dos Goytacazes. Juntos, eles respondiam por aproximadamente 25% do Produto Interno Bruto (PIB), a soma de todas as riquezas produzidas no país.
Entre os 20 municípios que registram participação no PIB acima de 0,5%, estão ainda as capitais Porto Alegre (1,1%), Salvador (1%), Fortaleza (0,9%), Recife (0,9%) e Goiânia (0,8%), além de oito cidades paulistas: Osasco e Campinas (1% cada); Guarulhos e São Bernardo do Campo (0,9% cada); Barueri (0,8%); Jundiaí (0,7%); São José dos Campos e Sorocaba (0,5% cada).
No extremo oposto desse ranking, 1.388 municípios respondem juntos por aproximadamente 1% do PIB nacional e concentram apenas 3,5% da população. Entre esses municípios, 74,6% estão no Piauí; 60,1% na Paraíba; 53,3% no Rio Grande do Norte; e 52,5% no Tocantins.
Para a coordenadora da pesquisa, Sheila Cristina Zana, os resultados confirmam o Brasil como um país profundamente desigual e com a economia centralizada em poucos estados. “Essa concentração fica evidente quando se constata que os sete municípios com os maiores PIB representavam um quarto da economia do país e mais de 13% da população, um quadro que não apresenta alteração significativas desde 2010”.
O levantamento mostra que o Rio de Janeiro é cidade que mais aumentou a participação no PIB, em relação a 2012, com 0,1 ponto percentual. A elevação é atribuída às grandes obras de infraestrutura na cidade, por ocasião de grandes eventos esportivos internacionais.
Em contrapartida, a participação de São Paulo (SP) teve o maior recuo (0,4 ponto percentual), principalmente devido a variações negativas no setor de serviços financeiros, indústria de transformação e comércio de automóveis – setores importantes na economia da capital.
Sheila Zani, ressaltou o fato de que a cidade de São Paulo, vem perdendo participação no PIB nacional há pelo menos três anos, mas ainda é o município com maior destaque no cenário econômico do país. “O PIB da cidade de São Paulo chega a ser maior que o de sete estados do país, principalmente os do Norte e Nordeste”.
A pesquisa, desenvolvida em parceria com órgãos estaduais de estatísticas, secretarias estaduais de governo e a superintendência da Zona Franca de Manaus mostram ainda que, no ano da pesquisa, o PIB do país cresceu 10,6%, na comparação com o ano anterior, em termos nominais (sem considerar a inflação) e 3% em termos reais, chegando a R$ 5,316 trilhões.
PIB per capita
O PIB per capita do país, em 2013, foi R$ 26.444, tendo como destaque a cidade de Presidente Keneddy (ES), com o maior do país: R$ 715.193; seguido de São Gonçalo do Rio Claro (MG), com R$ 340.688 e Louveiro (SP), com R$ 278.145 – todos municípios com baixa taxa populacional. Os dois primeiros são municípios produtores de petróleo e gás e o terceiro concentrava centros de distribuição.
Em Porto Real (RJ), o quarto maior PIB per capita do país (R$ 255.658), há uma indústria automobilística. Selvíria (R$ 254.242), no Mato Grosso do Sul, produz eucalipto para as indústrias de celulose e tem uma hidroelétrica. No Rio Grande do Sul, Triunfo (R$ 215.393) é sede de um polo petroquímico importante.
Já o menor PIB per capita do país (R$ 3.241) foi registrado na cidade de Nina Rodrigues, no Maranhão. Este município sustentava-se pela transferência de recursos federais: 63,4% dos recursos do município vêm da Administração Pública.
Entre as capitais, Vitória (ES) tem o maior PIB per capita (R$ 64.001) e Maceió (AL), o menor (R$ 16.439,48).