Força Sindical critica taxa Selic em 14,25%

Publicado em 27/04/2016 - 22:06 Por Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil - São Paulo

A Força Sindical considerou a manutenção da taxa Selic em 14,25% uma decisão “extremamente perversa para com os trabalhadores”. Segundo a entidade, ao manter a taxa básica de juros, o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) continua colocando uma trava no desenvolvimento e no crescimento econômico do país. “A decisão é um verdadeiro balde de água fria na economia, que já está paralisada. Mais uma vez, o governo se curva e reverencia a especulação”.

A entidade disse que a decisão do Copom não contempla sua reivindicação, que é reduzir os juros. “A insistência do Copom de manter os juros altos produziu um 'pibinho' no ano passado, reduziu a produção, a demanda e a renda, além de ter contribuído muito para elevar a taxa de desemprego, que chegou a 10,2%. Todo este quadro mostra que quem paga a conta da crise é o trabalhador”, disse, em nota, a Força Sindical.

A Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP) disse que a incerteza decorrente da indefinição política gera apreensão nos agentes econômicos, o que exigiria cautela, segundo a entidade, por parte da autoridade monetária.

“As dúvidas em torno dos desdobramentos da crise política são tantas que, para a FecomercioSP, ainda não há espaço para o Banco Central baixar juros. Por isso, não se pode considerar conservadora demais a manutenção da Selic em um momento em que a atividade econômica segue em queda, a inflação ainda está elevada e dá apenas leves sinais de desaceleração”, disse em nota.

Para a federação, somente após o desfecho do impasse político, quando será possível ter um grau de previsibilidade maior, é que o Banco Central “poderá contar com ambiente melhor para combater a inflação sem ter de manter os juros nas alturas”.

Pela sexta vez seguida, o Banco Central (BC) não mexeu nos juros básicos da economia. O Copom manteve por unanimidade hoje (27) a taxa Selic em 14,25% ao ano. A decisão era esperada pelos analistas, que preveem que a taxa permanecerá inalterada até o fim do ano.


 

Edição: Fábio Massalli

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