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Economia

Em São Paulo, Serra diz que há expectativa positiva em relação à economia

Flávia Albuquerque - Repórter da Agência Brasil
Publicado em 20/06/2016 - 14:58
São Paulo
São Paulo - O ministro de Relações Exteriores, José Serra, apresenta para os empresários os planos do governo sobre o comércio exterior, na sede da Fiesp (Rovena Rosa/Agência Brasil)
© Rovena Rosa/Agência Brasil

São Paulo - O ministro de Relações Exteriores, José Serra, apresenta os planos da pasta de comércio exterior do novo governo para empresários, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)

São Paulo -  O ministro José Serra disse, na Fiesp, que as escolhas feitas pelo governo Temer para a direção da Petrobras, Banco Central e BNDES desencadearam um fator de credibilidade perante os agentes econômicos  Rovena Rosa/Agência Brasil

O ministro das Relações Exteriores, José Serra, disse hoje (20), durante encontro com empresários na Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), que há uma expectativa positiva em relação à economia brasileira que contribui para a sua recuperação. De acordo o ministro, algumas medidas adotadas pelo presidente interino Michel Temer, como as nomeações para Petrobras e Banco Central, foram vistas com bons olhos por setores econômicos.

“Ou seja, acreditar que a economia vai bem ou mal faz com que isso se torne realidade no sentido de decisões de investimentos como o gasto do consumidor que ainda tem dinheiro para gastar. Quando a incerteza predomina, as pessoas postergam suas despesas. O Brasil viveu isso de maneira didática de 2015 para cá”, afirmou.

O chanceler destacou que - a curto prazo - é possível que a inversão do pensamento negativo, ainda não seja plena, mas ajuda na desaceleração do processo depressivo pelo qual a economia passava. Segundo ele, há um avanço na trajetória da curva de recuperação porque o governo do presidente interino Michel Temer tem mais apoio no Congresso Nacional.

“Temer foi presidente da Câmara dos Deputados três vezes e sabe como se dirigir a eles e como se articular. Um dos fatores de fragilização do governo Dilma era a falta de apoio no Congresso. Não que o governo atual possa fazer o que bem entender, mas já mudou.”

Segundo Serra, as escolhas feitas por Temer para a direção da Petrobras, Banco Central e BNDES desencadearam um fator de credibilidade perante os agentes econômicos. “O efeito foi muito positivo com a ideia de que é gente bem preparada. Claro que eles não vão fazer milagre em dois ou três meses, mas isso abre uma perspectiva. Inclusive, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, está sabendo lidar com essas expectativas e abrindo uma ideia de política econômica mais serena. Isso tem ajudado o governo e a economia.”

Inflação

O ministro destacou que não haverá solução mágica a médio e longo prazo e é preciso que o gasto privado seja maior e que haja uma interação virtuosa na economia. “É evidente que a queda da inflação facilita a redução dos juros, mas quem for esperar que só isso resolva, estamos perdidos. É preciso ter ação simultânea nas diferentes esferas. Dentro disso, a médio e longo prazos são essenciais. Três setores deverão ser os de ponta na economia: exportações, infraestrutura e energia”.

Mercosul

Sobre o Mercosul, Serra afirmou que é preciso procurar uma transição, avaliar impactos, analisar números e flexibilizar algumas regras, como, por exemplo, a resolução que determina que todos os países comecem juntos uma negociação com nações de fora do bloco. “Podemos flexibilizar e deixar mais solto e depois carregar os parceiros. Com bom entendimento dá para tocar adiante. Não há nenhuma intenção de extermínio, muito pelo contrário”.

Projetos

Segundo o ministro das Relações Exteriores, há diversas ideias que não foram colocadas em prática e será preciso fazer um levantamento para reativar os projetos. Ele defendeu, ainda, uma maior dedicação com relação às fronteiras para evitar o contrabando de armas, mercadorias e o narcotráfico. “Os governos sabem tudo, outra coisa é atuar consciente e permanentemente. Vamos aproximar os países também para resolver essas questões”.

O ministro disse, ainda, que é preciso melhorar as relações comerciais com o Chile, Argentina, África, Irã e principalmente a China. “A China é nosso principal parceiro comercial e deve merecer tratamento especial, com uma área no ministério dedicada exclusivamente a eles. Os chineses sabem o que querem em uma negociação e nós temos que ter política consistente como se fossemos um bloco com a China”, acrescentou.

Serra ressaltou as mudanças institucionais aplicadas à Câmara de Comércio Exterior (Camex) e falou também da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex), na área do Itamaraty. “A vantagem é a de que o Itamaraty tem estrutura de comércio exterior em suas embaixadas. Vamos integrá-la ao trabalho que já faz o Itamaraty e isso vai evitar duplicação de estrutura e otimizar as atividades. São duas mudanças institucionais que abrirão caminho com empresários, que é quem exporta e, ao mesmo tempo, com a sociedade que quer emprego”.

Durante o encontro o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, Serra assinou documento para cooperação mútua na promoção e negociações para as exportações. Ficou estabelecido que o presidente do Conselho Superior de Relações Internacionais da Fiesp, Rubens Barbosa, será o intermediário entre Fiesp e o Itamaraty visando buscar agilidade nas demandas do setor da indústria com relação às exportações.