Fiesp diz que faltou coragem ao BC para corte maior de juros

Publicado em 19/10/2016 - 20:03 Por Bruno Bocchini - Repórter da Agência Brasil - São Paulo

A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) disse hoje (19) que faltou coragem ao Banco Central (BC) para fazer um corte maior na taxa básica de juros (Selic). Pela primeira vez em quatro anos, o BC baixou hoje a taxa Selic, que caiu de 14,25% para 14% ao ano.

“Redução dos juros é sempre bem-vinda, mas a timidez do corte de 0,25 ponto percentual mostra que faltou coragem ao Banco Central para um corte maior da taxa de juros”, disse Paulo Skaf, presidente da Fiesp, em nota. “O Banco Central do Brasil não se preocupa com os 12 milhões de desempregados. Isso é lamentável!”.

Para a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), o Banco Central acertou ao reduzir a Selic. “As dúvidas sobre o ambiente político diminuíram ao mesmo tempo em que os indicadores de inflação mostraram um forte recuo em setembro. O BC vinha sendo conservador em busca de argumentos que pudessem justificar uma redução de juros sem que houvesse a menor possibilidade de quebra de confiança dos agentes na atuação da autoridade”, disse em nota.

Para a federação, com a situação política “em um grau de incerteza muito abaixo do que no passado recente”, e com os sinais de desaceleração da inflação, o Banco Central não tinha outra opção a não ser iniciar um ciclo de redução de juros.

“A FecomercioSP entende que o momento ainda é complicado, mas diante de várias sinalizações positivas de novas diretrizes econômicas para o país, bem como da desaceleração do IPCA [Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo] e da valorização do Real, acredita que de fato o BC agiu corretamente e havia mesmo espaço para redução de juros”.

A última vez em que a taxa tinha sido reduzida foi em outubro de 2012, quando o Copom tinha cortado os juros de 7,5% para 7,25% ao ano. A taxa foi mantida nesse nível, o menor da história, até abril de 2013, mas passou a ser reajustada gradualmente até alcançar 14,25% ao ano em julho do ano passado.

 

Matéria atualizada às 20h32 para acréscimo de informações

Edição: Fábio Massalli

Últimas notícias