Participação de investimentos no PIB tem menor peso em 2016

Publicado em 07/03/2017 - 12:52 Por Vinícius Lisboa - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

economia ilustração

A taxa de investimentos ficou em 16,4% do PIB após três anos seguidos de quedaArquivo/Agência Brasil

A participação de investimentos no Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil atingiu o menor patamar da série histórica iniciada em 1996. O PIB é a soma de todas as riquezas produzidas no país. Os dados foram divulgados hoje (7) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e fazem parte da Pesquisa Trimestral de Contas Nacionais.

A taxa de investimentos chegou a 16,4% do PIB em 2016, após três anos seguidos de queda. Em 2013, a taxa era de 20,9%. Segundo a coordenadora de contas nacionais do IBGE, Rebeca Palis, o resultado negativo foi generalizado. 

"Essa taxa caiu bastante nos últimos dois anos porque tivemod duas quedas seguidas de mais de 10% no investimento. E, olhando por dentro dos componentes do investimento, houve queda em tudo. A construção, que pesa mais de 50% do investimento, é uma das atividades econômicas que mais sofreram com toda a crise que estamos tendo. Além disso, a produção de máquinas e equipamentos caiu, e a importação também. Então, houve toda uma conjunção de fatores", disse.

Desde 1996, o IBGE não havia registrado um ano em que os três grandes setores da economia caíam. No ano passado, quando o setor de serviços passou a contribuir negativamente para o PIB, a agropecuária ainda tinha peso positivo, mas isso se inverteu: as três principais safras brasileiras, o milho, a soja e o arroz, tiveram queda e o setor amargou retração de 6,6%.

Indústria da transformação cai 5,2%

A contração menos acentuada da indústria foi o principal fator que levou o PIB a recuar 3,6%, uma variação 0,2 ponto percentual, menos negativa que a de 2015. Principal componente do setor, a indústria da transformação deixou queda de 10,4% em 2015 para cair 5,2% em 2016.

Segundo Rebeca Palis, o desempenho da indústria da transformação no quarto trimestre, com recuo de 1% em relação ao trimestre imediatamente anterior, é um dos indicadores de que a economia terminou o ano com queda menos aguda.

"A indústria de transformação está apresentando taxas negativas menores e, na agropecuária, temos perspectivas de melhora", disse Rebeca. Ela ponderou que os serviços continuam no patamar de queda e têm peso de 70% na economia brasileira. A construção também manteve desempenho negativo, tanto na parte imobiliária quanto na de infraestrutura, muito dependente de recursos públicos.

Edição: Kleber Sampaio

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