Ministério fará missões ao exterior para defender qualidade da carne brasileira

Publicado em 09/05/2017 - 15:51 Por Ludmilla Souza – Repórter da Agência Brasil - São Paulo

Unidade da empresa JBS na cidade da Lapa, no Paraná. A empresa é um dos alvos da Operação Carne Fraca, que investiga irregularidades em frigoríficos no país (Ueslei Marcelino/Reuters/Direitos reservados)

Unidade da empresa JBS na cidade da Lapa (Paraná) Ueslei Marcelino/Reuters/Direitos Reservados

Após 50 dias da deflagração da Operação Carne Fraca, que investiga irregularidades na produção e fiscalização de frigoríficos brasileiros, o secretário executivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Eumar Novacki, disse que representantes da pasta farão missões ao exterior para retomada do mercado internacional.

“Com a Operação Carne Fraca, tivemos que gerenciar essa crise e agora estamos pisando no acelerador, vencemos a primeira onda, mas ainda há muito o que ser feito. Estamos trabalhando para a retomada dos mercados”. Novacki participou hoje (9) da abertura da Expomeat, feira internacional de proteína animal que vai até quinta-feira (11) em São Paulo.

O secretário executivo disse que a contenção da crise foi possível graças ao sistema de inspeção federal. “No primeiro momento, conseguirmos conter a debandada geral que houve e agora queremos consolidar [os mercados]. E isso só é possível porque o nosso sistema de inspeção federal é robusto e funciona. Estamos presentes em mais de 150 países, e estes mercados, antes de comprar os produtos brasileiros, fazem uma auditoria independente do sistema. Por conta disso, conseguimos conter e agora precisamos consolidar”, disse.

O trabalho agora segue com missões internacionais feitas pelo ministério. Na próxima sexta-feira (12) o ministro Blairo Maggi viaja para a Arábia Saudita e o Kuwait. Novacki informou que também participará das missões na Comunidade Europeia e Coreia do Sul. Há ainda visitas programadas para Egito, Irã e Argélia.

Segundo o secretário, poucos países ainda resistem a voltar a comprar a carne brasileira. “Com os grandes compradores não tivemos problemas, mas existem alguns mercados que compravam produtos brasileiros, seguraram [as importações] e agora discutem questões bilaterais porque também têm interesse em colocar produtos aqui”, ponderou.

Novacki disse acreditar que o maior prejuízo foi na imagem da carne brasileira. “Precisamos desmistificar e mostrar, não só internamente, mas para o mundo, que, além de produzir em grande quantidade e produtos de qualidade, produzimos também com responsabilidade social e sustentabilidade. Estes são os pilares em que vamos nos apoiar nessas missões internacionais.”

Para o presidente executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, a retomada total do mercado externo será rápida. “Alguns poucos mercados continuam fora, mas, dentro de 30 dias, deveremos ter 100% dos países de volta”. Turra disse que as vendas internas já voltaram ao normal. “Pela transparência das informações do Mapa e da ABPA, a população brasileira foi entendendo que havia um grupo pequeno de empresas envolvidas, de equívocos e de irregularidade. O mercado absorveu rápido e até houve uma reação positiva da confiança do brasileiro na nossa carne”, ressaltou.

Edição: Amanda Cieglinski

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