Superintendente do BNDES diz que “pior já passou” para a economia

Publicado em 18/07/2017 - 20:12 Por Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

O superintendente da Área de Planejamento e Pesquisa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Fabio Giambiagi, disse hoje (18) que, após chegar “ao fundo do poço”, a economia brasileira dá sinais de melhora e que o “pior já passou”.

“Neste sentido que me referi à expressão fundo do poço, que espero, seja algo que estejamos deixando para trás. Acho que há elementos que permitem afirmar que o pior já passou”, disse Giambiagi em entrevista após a divulgação do desempenho operacional do BNDES no primeiro semestre, na sede do banco, no centro do Rio.

O superintendente da Área de Operações Indiretas, Marcelo Porteiro, e o superintendente da Área de Planejamento e Pesquisa, Flavio Giambiagi, apresentam os resultados do BNDES no primeiro semestre de 2017

O superintendente da Área de Operações Indiretas, Marcelo Porteiro, e o superintendente da Área de Planejamento e Pesquisa, Fabio Giambiagi, apresentam os resultados do BNDES no primeiro semestreCristina Indio do Brasil/Agência Brasil 

O analista ressaltou que no triênio 2014/2016 a economia brasileira registrou sua pior crise econômica, mas disse que os indicadores mais recentes mostram uma tendência de estabilização, que no futuro poderá ser vista como o início da recuperação.

Giambiagi destacou os efeitos da crise política sobre os dados econômicos sobre os indicadores do mercado financeiro nos últimos meses, especialmente de câmbio e juros, mas também avaliou que o cenário atual é de tendência à acomodação.

Desembolsos

No primeiro semestre, os desembolsos do BNDES somaram R$33,5 bilhões, queda de 16,6% em relação ao volume de empréstimos nos primeiros seis meses do ano passado. Segundo Giambiagi, o banco deverá fechar o ano com um total de desembolsos de R$ 78 bilhões.

A queda, segundo ele, marca a continuidade do ciclo complicado que a economia brasileira teve no triênio 2014/2016 e que acabou se refletindo com atraso nos empréstimos do banco, uma vez que os desembolsos de determinado ano refletem decisões de investimentos que foram tomadas um ou dois anos antes. “Como houve uma forte retração da formação bruta de capital fixo, como apontam as contas nacionais em 2015 e em 2016, isso fatalmente, acabaria refletindo em defasagem nos indicadores de desembolsos do BNDES”.

Apesar da redução dos desembolsos em relação ao primeiro semestre de 2016, o economista avaliou que os dados sobre consultas e enquadramentos dão sinais tênues de recuperação e que o ritmo de queda do volume de empréstimos do BNDES tem diminuído.

“No segundo trimestre tivemos uma crise aguda afetando a dinâmica na segunda quinzena de maio e junho. Acho que há elementos positivos para aguardar o terceiro trimestre com uma dinâmica boa ensejada pelo processo de declínio das taxas de juros”, apontou.

Segundo Giambiagi, a área econômica do BNDES acompanha os indicadores e está confiante de que 2017 chegará ao fim com a taxa básica de juros, a Selic, entre 8% e 8,5% ao ano, com consequências positivas para a retomada do crescimento.

Edição: Luana Lourenço

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