Empresas argentinas e paraguaias registram prejuízos com a paralisação

Publicado em 28/05/2018 - 19:06 Por Monica Yanakiew - Repórter da Agência Brasil* - Buenos Aires

Empresas argentinas que fazem comércio com o Brasil deixaram de embarcar uma série de mercadorias em decorrência da paralisação e dos protestos dos caminhoneiros nas estradas brasileiras. Situação semelhante ocorre no Paraguai, onde 900 caminhões do Brasil aguardam para fazer as entregas.

No caso da Argentina, os produtos que aguardam o embarque para o Brasil são carregamentos de cosméticos, soro de leite e autopeças. A empresa Tito Smart Model Logistics, responsável pela logística em transporte aéreo, marítimo e rodoviário de empresas envolvidas no comércio entre Brasil e Argentina, informou que a paralisação de caminhoneiros afetou essas exportações argentinas.

O gerente comercial da empresa, Pablo Lagreca, lamentou os impactos da paralisação. "O Brasil é o principal cliente de produtos industrializados argentinos e a greve de caminhões afeta também o transporte marítimo e aéreo, porque as mercadorias precisam sair dos portos e aeroportos para serem distribuídas no mercado", disse Lagreca à Agência Brasil.

Surpresa

A Argentina é um país de sindicatos fortes, historicamente acostumada a protestos e greves. Mas o que surpreendeu foi o que ocorreu em torno da paralisação e dos protestos, com informações desencontradas e a dificuldades em negociar um acordo, mantendo durante dias de rodovias bloqueadas. "O Brasil costuma ser mais previsível", disse Lagreca.

Até o momento, as embaixadas brasileiras nos países vizinhos não receberam queixas, mas a situação está sendo acompanhada com atenção pelos sócios brasileiros no Mercosul (bloco regional integrado tambem por Argentina, Paraguai e Uruguai).

Gustavo Segré, sócio e diretor do Center Group, que administra 53 empresas argentinas, afirmou que muitas companhias não carregaram os veículos porque não sabem se terão combustível para seguir viagem e retornar à Argentina.

Paraguai

No Paraguai, a paralisação dos caminhoneiros causou queda na entrada de mercadorias brasileiras no país. A Direção Nacional de Alfândegas (DNA) estima prejuízo em torno de US$ 5 milhões e US$ 7 milhões na arrecadação aduaneira. Segundo a entidade, aproximadamente 900 caminhões procedentes do Brasil que transportavam mercadorias e combustível estão parados.

O posto alfandegário de Ciudad del Este, situado na Ponte da Amizade, que conecta os dois países, é a região mais afetada, pois o fluxo de caminhões costuma ser incessante.

*Com informações da Agência EFE.

Edição: Sabrina Craide

Últimas notícias