Greve dos caminhoneiros fez custo de vida do paulistano subir

Publicado em 05/06/2018 - 19:38 Por Camila Boehm – Repórter da Agência Brasil - São Paulo

O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), indicador do custo de vida dos paulistanos, subiu 0,19% em maio em relação ao mês anterior. Segundo avaliação da Fipe, a alta foi puxada pelos itens de alimentação (aumento de 0,15%) e pelos transportes (0,86%), na última semana, devido à paralisação dos caminhoneiros. Em abril, o índice tinha caído 0,03% do índice na comparação com o mês de março.

“Os índices de inflação estavam muito comportados, tão comportados que não viravam notícia. Em maio, vinha nessa trajetória [de estabilidade], e de repente teve a greve. Quando os preços da última semana de maio entraram na composição do índice, teve uma subida”, disse o coordenador do IPC da Fipe, Guilherme Moreira.

Caminhoneiros na BR-116, Rodovia Régis Bittencourt - REUTERS/Leonardo Benassatto
Reflexos do movimento dos caminhoneiros ainda serão sentidos por causa da alta em outros produtos além da gasolina (Reuters/Leonardo Benassatto/Direitos Reservados)

Os itens que mais puxaram o índice para cima foram a gasolina e a batata que, juntos, foram responsáveis por 71% da variação do IPC.

“Isso tem totalmente a ver com a greve, com as paralisações. A gasolina vinha em uma trajetória de subida de preços, é verdade – neste ano, a gasolina tinha subido mais de 6%, já acima da inflação. Mas teve aumentos, em média, de 10% na última semana de maio, o que impactou bastante; a gasolina tem um peso elevado no índice. Se pegar a contribuição da gasolina nesse [aumento de] 0,19%, praticamente metade do índice foi [puxado pela] gasolina”, explicou.

Apesar do aumento em maio, Moreira ressaltou que os efeitos da paralisação dos caminhoneiros devem aparecer também na primeira semana de junho por causa da alta no preço de outros produtos.

“Tem muito efeito que não entrou [em maio]. Por exemplo, o frango ainda não teve efeito da paralisação nos preços, vai começar a entrar a partir de junho, os [produtos] superelaborados todos, porque são cadeias mais complexas. Agora que se está retomando a produção, tem elevações de custo. Talvez tenha mais impacto da greve na primeira semana de junho do que propriamente em maio”, afirmou.

Edição: Nádia Franco

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