Tesouro volta a cancelar leilões de títulos públicos

Publicado em 14/06/2018 - 20:11 Por Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil - Brasília

A instabilidade no mercado financeiro levou o Tesouro Nacional a desistir de vender títulos públicos no mercado. O Tesouro cancelou os leilões de papéis prefixados – LTN (de curto prazo) e NTN-F (de médio e longo prazo) – previstos para a próxima quinta-feira (21).

Os títulos prefixados estão mais sujeitos às variações do mercado porque os compradores exigem um prêmio sobre a taxa de juros. Essa taxa extra reflete as oscilações no mercado financeiro. Diferentemente dos demais papéis, os prefixados têm o rendimento definido com antecedência. O comprador sabe exatamente quanto vai ganhar, por isso pede um prêmio.

Os leilões de LFT – títulos corrigidos pela taxa Selic, de prazo mais curto – foram mantidos. Esses papéis são menos afetados pela instabilidade do mercado financeiro porque estão atrelados aos juros básicos da economia, que atualmente estão no menor nível da história, em 6,5% ao ano.

Além de cancelar os leilões de prefixados, o Tesouro anunciou que, na próxima semana, continuará a recomprar títulos de investidores que querem desfazer-se dos papéis. A União recomprará NTN-F com vencimento em janeiro de 2023, 2025, 2027 e 2029 e LTN, com vencimento em julho de 2020, julho de 2021 e janeiro de 2022.

O Tesouro também recomprará NTN-B (papéis corrigidos pela inflação oficial) com vencimentos em agosto de 2020, maio de 2021, agosto de 2022 e maio de 2023. Até agora, o órgão vinha recomprando apenas NTN-F.

Por meio dos títulos públicos, o governo pega dinheiro emprestado dos investidores para honrar compromissos. Em troca, o Tesouro Nacional compromete-se a devolver o valor com algum acréscimo, que pode ser prefixado (definido com antecedência) ou seguir a Selic, a inflação ou o câmbio.

Desde a greve dos caminhoneiros, que provocou turbulências no mercado, o Tesouro vem suspendendo leilões e recomprando papéis. O procedimento continuou com a deterioração do mercado internacional nas últimas semanas.

Edição: Nádia Franco

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