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Economia

Reformas e abertura econômica marcaram participação do Brasil em Davos

Wellton Máximo – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 27/01/2019 - 08:15
Brasília
Presidente Jair Bolsonaro discursa durante Sessão Plenária do Fórum Econômico Mundial em Davos.
© Alan Santos/PR

O compromisso com as reformas estruturais e com a abertura do mercado brasileiro foi a principal mensagem econômica da delegação brasileira no Fórum Econômico Mundial. O evento, que todos os anos reúne líderes políticos e dirigentes de empresas na cidade suíça de Davos, marcou a estreia do presidente Jair Bolsonaro na política internacional. O evento acabou na sexta-feira (25). A delegação brasileira deixou a Suíça na quinta-feira (24).

Acompanhado dos ministros da Economia, Paulo Guedes; das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, e da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, Bolsonaro discursou no fim da manhã (horário de Brasília) da terça-feira (22). Num discurso “curto” e “objetivo” como havia anunciado, com duração de 6 minutos e 36 segundos, Bolsonaro reafirmou compromissos de campanha, destacando a intenção de abrir a economia, atrair investidores, fazer reformas, diminuir o peso do Estado e combater a corrupção.

O presidente reiterou que o Brasil vive um novo momento sem nortear suas escolhas em viés ideológico. Ele destacou a importância de o mundo acreditar no Brasil, afirmou que vai reduzir tributos e defendeu uma reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC), sem entrar em detalhes, mas destacando a necessidade de aumentar as trocas internacionais. Acrescentou que o esforço do governo federal será para colocar o Brasil entre os 50 melhores países para fazer negócios.

Presidente Jair Bolsonaro discursa durante Sessão Plenária do Fórum Econômico Mundial em Davos.
No Fórum Econômico Mundial, Jair Bolsonaro disse que pretende abrir a economia brasileira - Alan Santos/PR

O presidente reiterou que vai se empenhar para reduzir a pobreza e a miséria no Brasil por meio da educação. Segundo ele, outro esforço é para combater a corrupção e aumentar a segurança pública. Bolsonaro disse estar determinado em manter a harmonia entre o desenvolvimento econômico e a preservação do meio ambiente e a biodiversidade.

Por recomendações médicas, a entrevista coletiva de quarta-feira (23) foi cancelada, pois o presidente se prepara para a cirurgia de retirada da bolsa de colostomia. Na quinta-feira (24), antes de embarcar de volta para o Brasil, Bolsonaro fez um balanço positivo da participação brasileira no fórum. O presidente disse ter notado um clima de otimismo entre líderes políticos e empresários estrangeiros interessados no Brasil, que olhavam o país “com muito carinho”.

Bolsonaro fez um apelo para que o Congresso Nacional apoie o governo federal nas reformas estruturais, como a da Previdência Social, e na desestatização de empresas públicas. Ele considerou essencial a colaboração da Câmara e do Senado para dar condições ao governo de implementar as medidas anunciadas por ele durante o encontro.

Paulo Guedes

O ministro da Economia, Paulo Guedes, teve uma agenda movimentada em Davos. Além de participar de painéis oficiais e de almoços e jantares de negócios, ele teve uma série de encontros paralelos com ministros estrangeiros, presidentes e diretores de organismos internacionais e com dirigentes de empresas.

Na terça-feira, Guedes reuniu-se com ministros dos Países Baixos e de Israel. Na quarta, concedeu entrevista à emissora de televisão Bloomberg, na qual comprometeu-se em zerar o déficit orçamentário ainda este ano por meio da reforma da Previdência, de privatizações de subsidiárias de grandes estatais e de concessões de petróleo na camada pré-sal.

No mesmo dia, Guedes encontrou-se com o presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), Luis Alberto Moreno; com o secretário-geral da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), Ángel Gurría, e com o diretor-geral da Organização Mundial do Comércio (OMC), Roberto Azevêdo. Na quinta-feira, último dia de compromissos da delegação brasileira, o ministro reuniu-se com o vice-primeiro-ministro de Cingapura.

O Presidente da República, Jair Bolsonaro, e o  Ministro de Estado da Economia, Paulo Guedes, durante reunião do Conselho Internacional de Negócios no  Fórum Econômico Mundial em Davos
Ao lado do presidente Jair Bolsonaro, o ministro da Economia, Paulo Guedes, participou do Fórum Econômico Mundial, em Davos, na Suíça - Alan Santos/PR

Segundo o Ministério da Economia, Guedes informou, nos encontros, que a equipe econômica trabalha em uma agenda calcada em quatro pilares: reforma da Previdência, privatizações, reforma administrativa e abertura comercial. Além de comprometer-se com a modernização da economia, Guedes assegurou que os empresários estrangeiros terão segurança jurídica para investir no Brasil.

Guedes informou ainda que o Brasil pretende dobrar os investimentos (públicos e privados) em pesquisa, tecnologia e inovação nos próximos quatro anos e a corrente de comércio – soma de importações e exportações – de 22% para 30% do Produto Interno Bruto (PIB, soma dos bens e serviços produzidos no país). De acordo com o ministro, a abertura comercial ocorreria de forma gradual, para não prejudicar a indústria nacional.

Banco do Brasil

O Fórum Econômico Mundial também representou um reconhecimento para o Banco do Brasil, considerado a instituição financeira mais sustentável do mundo. O banco ficou em 8º lugar entre as dez corporações mais ecologicamente sustentáveis do planeta, sendo a única empresa do setor financeiro a integrar o ranking Global 100 de 2019.