Professores bloqueiam parte da Rodovia Anchieta em São Bernardo do Campo

Publicado em 09/04/2015 - 17:41 Por Camila Maciel – Repórter da Agência Brasil - São Paulo

Professores paulistas, em greve há 27 dias, bloqueiam neste momento a Rodovia Anchieta, em São Bernardo do Campo. Eles querem que o governador Geraldo Alckmin negocie as reivindicações da categoria. O ato, que teve início na Praça Brasil, na Avenida Brigadeiro Faria Lima, reúne 400 pessoas, de acordo com o Sindicato dos Professores do Ensino Oficial de São Paulo (Apeoesp). Por volta das 16h30, os professoram se deslocaram para a rodovia, bloqueando toda a pista no sentido capital. A Polícia Militar (PM) estimou em 100 o número de manifestantes.

Além da Anchieta, a ação da Apeoesp inclui o bloqueio de outras rodovias do estado. A ação foi aprovada em assembleia há uma semana. “Trata-se não só da intensificação [das mobilizações], mas para que o governo reconheça o nosso movimento. Mesmo colocando 60 mil pessoas na rua, eles dizem que não há greve”, disse a diretora da Apeoesp, Vera Lucia Zirnberger. Segundo Vera Lucia, a categoria ainda não foi chamada para negociar. “Não existe nenhum posicionamento do governo. Diante disso, temos que tomar atitudes mais radicais para ver se eles reconhecem esta greve.”

Os professores pedem aumento de 75,33% para equiparação salarial com as demais categorias de nível superior no estado e querem que o bônus concedido com base no rendimento dos profissionais seja convertido em reajuste. “Além da valorização profissional, queremos qualidade do ensino público. Por isso, tem também a questão da parte estrutural e de serviços da educação”, destacou Vera Lucia. Os professores também cobram a reabertura de salas fechadas e que cada turma tenha, no máximo, 25 alunos.

Valderez Coimbra, de 55 anos, é professora em uma escola de Ribeirão Pires e diz que aderiu à greve em protesto pelas más condições de trabalho. “Falta estrutura. Por exemplo, as salas multimídia não são bem equipadas. Não é só na minha escola, é geral”. Ela reclamou também da desvalorização dos professores. “Se não tomarmos atitude agora, é praticamente decretar o fim da carreira. Nosso salário está defasado. É fundamental essa mobilização para mostrar à população que a luta não é só nossa, mas de toda a sociedade.”

A Agência Brasil procurou a Secretaria Estadual de Educação, mas não houve retorno até a publicação desta reportagem.

Edição: Aécio Amado

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