Professores da rede estadual decidem manter greve em São Paulo

Publicado em 29/05/2015 - 17:21 Por Elaine Patricia Cruz – Repórter da Agência Brasil - São Paulo
Atualizado em 29/05/2015 - 18:13

Os professores da rede pública estadual de São Paulo, em greve há três meses, decidiram hoje (29), em assembleia realizada no vão-livre do Museu de Arte de São Paulo (Masp), manter o movimento iniciado no dia 13 de março. Eles reivindicam reajuste salarial de 75,33%. Esta é, segundo o movimento, a terceira maior greve da história da rede estadual de São Paulo.

A decisão foi aprovada pela maioria dos professores, embora uma corrente dentro do movimento já tenha solicitado o fim da paralisação, mesmo sem que o governo estadual tenha apresentado qualquer proposta de reajuste. Uma nova assembleia da categoria foi agendada para a próxima quarta-feira (3), no mesmo local.

Segundo a presidenta do Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp), Maria Izabel Azevedo Noronha, os professores ainda não pretendem encerrar a greve. “Seria errado suspender uma greve que tem 30% [de adesão]. É muito difícil. É uma categoria muito grande. E [um percentual de] 30% de 230 mil [professores da rede pública] é muito professor [em greve]”, disse, na tarde hoje, a jornalistas.

Segundo Maria Izabel, a adesão tem diminuído nos últimos dias, principalmente com o desconto aplicado pelo governo estadual nos salários dos grevistas, que foi garantido pela Justiça, embora ainda caiba recurso na decisão.

“Acontece que houve um corte no holerite de abril, que já saiu zerado. As pessoas precisam comer, precisam viver. Eu quero lamentar, porque o governo, em vez de negociar – e poderíamos ter saído dessa greve antes - prefere zerar o holerite, e vencer a greve com o dinheiro [dos professores]”, disse.

Sobre a reposição dos dias parados, a presidenta do sindicato disse que o assunto deve ser discutido e acertado com a Secretaria Estadual de Educação. “Quero ver se, na próxima semana, tento conseguir uma reunião na secretaria para discutir a reposição, porque esse é um compromisso nosso com os país. Acho que deve ser alargado o calendário, para repor da melhor forma”, afirmou.

Após a assembleia, os professores seguiram em caminhada pela Avenida Paulista e Rua da Consolação, com destino à Praça da República, onde fica a sede da Secretaria Estadual de Educação. No local, o ato será unificado, com a participação de centrais sindicais e outras categorias, como bancários, servidores federais e professores municipais de São Paulo, que se reuniram em assembleia na tarde de hoje, no Viaduto do Chá, ao lado da sede da prefeitura paulistana.

O ato é parte do Dia Nacional de Paralisação, que teve início na manhã de hoje com ações em várias partes do país e que marca a luta contra o Projeto de Lei 4.330, sobre as terceirizações. A previsão é que o ato comece por volta das 17h, com uma aula pública no local.

Durante a caminhada, várias outras categorias de trabalhadores devem se unir ao movimento dos professores estaduais, entre eles, os servidores da Justiça Federal.

O último número divulgado pela Polícia Militar contabilizava cerca de 300 pessoas no local, por volta das 14h30. Os organizadores reclamaram do número divulgado pela PM, mas não deram uma estimativa de quantos professores estavam presentes no ato.

Edição: Maria Claudia

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