Maceió vai usar brincadeiras e interações na educação infantil

Publicado em 04/08/2015 - 23:49 Por Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil - Brasília

As crianças até cinco anos de idade terão novas orientações curriculares na educação infantil em Maceió. O aprendizado será por meio de brincadeiras e interações que levarão a criança a ter contato com o espaço e o tempo, além de estabelecer relações com os adultos e com a comunidade. A proposta foi apresentada hoje (4) na Reunião Ordinária Itinerante do Conselho Nacional de Educação (CNE).

"Além de ter como marco as diretrizes nacionais, as orientações vão além disso: escolheram uma nova proposta pedagógica baseada em experiências nacionais e internacionais, além de estudos. Adotam a concepção mais avançada de educação infantil, de que a criança tem que estar feliz para perceber a realidade em sua totalidade", explica a consultora do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) Rita Hipólito, parceira no processo.

A formação das crianças será norteada por três princípios: éticos, políticos e estéticos. Por meio deles, serão desenvolvidas autonomia, responsabilidade, solidariedade, cidadania, exercício da criticidade, além da liberdade de expressão.

"A educação infantil era vista apenas para preparar a criança para o ensino fundamental. Agora, a perspectiva é de garantir o direito das nossas crianças de se desenvolverem integralmente", diz a técnica do Departamento de Educação Infantil da Secretaria Municipal de Educação, Ana Cristina Souza.

As novas orientações serão oficialmente lançadas em outubro e deverão entrar em vigor ainda este ano. A intenção é que até o final do ano sejam elaborados ainda guias com orientação curricular para educação especial e educação para jovens e adultos. O município já lançou no ano passado as orientações para o ensino fundamental.

Para elaborar as orientações, a prefeitura de Maceió conta com dez parceiros, entre eles, o Instituto C&A, o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), Universidade Federal de Alagoas e Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), além do Ministério da Educação.

As orientações são apresentadas em um momento em que o país discute a Base Nacional Comum Curricular. A base vai deixar claros os conhecimentos essenciais aos quais todos os estudantes brasileiros têm o direito de ter acesso e se apropriar, ano a ano, desde o ingresso na creche até o final do ensino médio.

"O processo da construção da base busca ouvir experiências e acredito que a nossa pode contribuir, sim, na proposta pedagógica do país", diz a secretária municipal de Educação Ana Dayse Dorea.

Alagoas é o estado com pior Índice de Desenvolvimento Humano (IDHM) do Brasil, de acordo com os dados divulgados em 2013. O estado registra também o pior indicador de qualidade na educação pública do país, um Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) de 3,7 entre as escolas públicas.

No ensino infantil, na creche, até os três anos de idade, dados apresentados ontem (3) na abertura do evento, mostram que o estado tem 171 mil crianças na idade de creches sem atendimento e dessas, 77.378 estão na capital.

Maceió tem três creches funcionando, outras quatro estão prontas e 13, em construção, segundo a prefeitura. Elas contam com recursos do governo federal. 

*A repórter viajou a convite do CNE

Edição: Jorge Wamburg

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