Governos convocam escolas para discutir conteúdo comum

Publicado em 02/12/2015 - 09:40 Por Mariana Tokarnia - Repórter da Agência Brasil - Brasília

São Paulo - A EMEF Presidente Campos Salles, em Hilienópolis, é considerada exemplo de integração escola-comunidade (Rovena Rosa/Agência Brasil)

São Paulo - A proposta do governo é que escolas e redes reúnam professores, pais, estudantes e comunidade escolar para discutir o que os alunos têm o direito de aprender em cada anoRovena Rosa/Agência Brasil

No dia de mobilização nacional sobre a Base Nacional Comum Curricular (BNC), lembrado hoje (2), governos federal, estaduais e municipais convocam as escolas de todo o país para discutir o documento. A proposta é que escolas e redes reúnam professores, pais, estudantes e comunidade escolar para discutir o que os alunos têm o direito de aprender em cada ano.

A definição da Base Nacional Comum Curricular está prevista em lei, no Plano Nacional de Educação (PNE). Uma primeira proposta está disponível na internet para críticas e contribuições. Após a conclusão, o documento será o responsável por reformular e determinar o currículo mínimo comum para todos os alunos das escolas de educação básica do país.

"Significa que qualquer estudante, em qualquer lugar do Brasil, em qualquer escola neste país, tem o mesmo direito de aprender. É o direito de aprendizagem. Isso vai permitir melhorar a formação de professores, avançar nas avaliações, na produção de material didático, em direção a uma escola de mais qualidade", diz o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, em vídeo divulgado pelo Ministério da Educação (MEC).

Para nortear as discussões, na página da BNC na internet, está disponível material de apoio, com sugestões e orientações para as ações nas escolas. Segundo Mercadante, as propostas que forem dadas pelas escolas serão esquematizadas e incluídas nas sugestões de mudanças do documento inicial.

A data sugerida pelo MEC para a mobilização nacional é 2 de dezembro, mas as escolas podem se organizar também em outras datas.

Base Nacional Comum

O documento inicial disponível para consulta pública foi elaborado por um grupo de 116 especialistas, incluindo professores que atuam nas salas de aula. Desde setembro, até a última semana de novembro, segundo o MEC, o documento recebeu pouco mais de 4 milhões de contribuições aos objetivos de aprendizagem.

As propostas feitas até o dia 15 serão sistematizadas e uma segunda versão do documento deverá estar disponível até março do ano que vem. A Base Nacional Comum Curricular será debatida em seminários nos 26 estados e no Distrito Federal, antes de ser finalizada. Posteriormente, o documento terá que ser aprovado pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), antes de ser homologado pelo MEC.

A intenção é que os conteúdos definidos na Base Curricular ocupem 60% da carga horária dos estudantes. No restante do tempo, as próprias redes de ensino poderão definir o que ofertar – desde conteúdos regionais, atividades extras a formação técnica, por exemplo.

Segundo o Movimento pela Base Nacional Comum, grupo não governamental que apoia a causa, formado por pessoas e organizações que atuam na área da educação, a BNC deve ser clara. "A Base que a gente defende deve deixar clara a aprendizagem esperada para cada etapa, não pode ser à prova de professores, os professores devem saber o que fazer. Importante que seja explícita e não deixe margem para dúvidas", diz a secretária executiva do movimento, Alice Andrés Ribeiro.

 

Edição: Talita Cavalcante

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