Nada é mais importante do que uma criança aprender a ler, diz Mercadante

"Faltam cerca de 600 mil crianças [na escola], que são exatamente as

Publicado em 08/03/2016 - 12:45 Por Marieta Cazarré - Repórter da Agência Brasil - Brasília

Brasília - O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, durante solenidade em comemoração aos 20 anos do Conselho Nacional de Educação (Marcelo Camargo/Agência Brasil)

Brasília - O ministro da Educação, Aloizio Mercadante,  disse que a prioridade para 2016 é colocar todas as crianças de 4 e 5 anos na escolaMarcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, afirmou hoje (8), em evento comemorativo aos 20 anos do Conselho Nacional de Educação (CNE), que a prioridade para 2016 é colocar todas as crianças de 4 e 5 anos na escola.

“Faltam cerca de 600 mil crianças [na escola], que são exatamente as que mais precisam, as que vivem na pobreza, nas periferias das grandes cidades, no interior do semiárido nordestino, nas pequenas comunidades da Amazônia”, disse.

Outra meta fundamental é alfabetizar todas as crianças até os 8 anos de idade. Mercadante afirmou que 22% das crianças não lêem em até os 8 anos; 34% não escrevem como precisariam; e 57% não dominam os princípios da matemática como esperado. “Precisamos trabalhar com mais intensidade para alcançar esse desafio da alfabetização na idade certa”, afirmou o ministro.

O ministro falou sobre a importância de reaproximar as faculdades de pedagogia e de licenciatura do campo da prática concreta das escolas públicas. Segundo Mercadante, 74% dos professores de Física, por exemplo, não são formados em Física. “Não se pode esperar dez anos, até que novos profissionais estejam formados, para começar a estimular uma das áreas mais importantes para inovação, ciência e tecnologia. Temos que acelerar a formação dos professores da rede pública que já estão no exercício da profissão”.

Em relação ao debate sobre a Base Nacional Comum Curricular, Mercadante ressaltou a participação da sociedade brasileira. “Estamos chegando a quase 11 milhões de contribuições. Mais de 60% das escolas públicas já participaram [do debate]. A Base irá contribuir muito para repensarmos a formação docente e também a produção pedagógica. Não queremos um ensino médio engessado. Queremos um ensino médio que abra mais espaço para a inovação, para a formação técnica profissional, e que dialogue com as especificidades assegurando o currículo básico oficial”.

Universidade do Brics

O ministro falou também sobre a Universidade do Brics - grupo de países emergentes que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul - . A iniciativa selecionou 12 programas de pós-graduação de nove universidades brasileiras para fazer parte da Universidade em Rede do Brics.

Instituições de ensino superior brasileiras inscreveram programas reconhecidos e recomendados pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) que obtiveram nota superior ou igual a seis. Os cursos contemplam as seguintes áreas: energia; ciência da computação e segurança da informação; estudos do Brics; ecologia e mudanças climáticas; recursos hídricos e tratamento da poluição; e economia.

Vamos criar uma universidade que vai usar ensino a distância e presencial. Os alunos vão viver experiências nesses países [do Brics] e isso vai  ampliar a nossa produção acadêmica em áreas estratégicas e vai enriquecer o universo do ensino superior brasileiro”, afirmou Mercadante. 

A cerimônia aconteceu na sede do CNE, órgão colegiado vinculado ao Ministério da Educação, e contou com a participação da ex-conselheira do CNE e ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, Nilma Lino; do presidente da instituição, Gilberto Gonçalves Garcia e dos conselheiros. 

A ministra Nilma Lino ressaltou a importância do trabalho desenvolvido pelo CNE, juntamente com o MEC e com o ministério que ocupa, no que diz respeito a educação, principalmente nas relações étnico-raciais, diversidade de gênero e sexual, e de direitos humanos. “Esses temas desafiadores da educação dialogam com a legislação educacional hoje. Tenho certeza que o CNE seguirá os caminhos da igualdade, da equidade, da justiça social, da democracia na educação e do olhar atento aos sujeitos e à sua diversidade.”
 



Conselho Nacional de Educação comemora 20 anos

Edição: Valéria Aguiar

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