Professores e alunos protestam no primeiro dia de greve da Uerj

Publicado em 07/03/2016 - 16:46 Por Isabela Vieira e Vitor Abdala - Repórteres da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Servidores da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) iniciaram hoje (7) uma greve para reivindicar aumento salarial e protestar contra cortes orçamentários. Para marcar o início da paralisação, professores e funcionários técnico-administrativos da Uerj fizeram uma manifestação em frente ao principal campus da instituição, no Maracanã, na zona norte da cidade.

Entre as reivindicações dos servidores estão um reajuste salarial de 30%, o fim da terceirização de funcionários, regularização do pagamento de bolsas e salários, além do arquivamento de processos abertos em 2012 contra sindicalistas e estudantes.

A reitoria da Uerj informou que respeita as manifestações dos servidores e aposta no diálogo. Para a universidade, a greve expõe problemas registrados em 2015 e que se estendem por este ano. Reconhece dificuldades como atrasos nos pagamentos de salários, bolsas e contratos, que geram problemas na limpeza, segurança, alimentação e manutenção.

Desde o ano passado funcionários terceirizados estão com salários atrasados e ainda não receberam o décimo terceiro.

De acordo com a Uerj, somente em 2016 o estado repassou R$ 173 milhões à instituição, dos quais R$ 118 milhões para quitar valores empenhados em 2015.

Em nota, o governo do estado afirmou que a educação é prioridade e que “professores e técnicos da Uerj têm sido valorizados com compromisso e responsabilidade”. No documento, o governo citou reajuste de 103% desde janeiro de 2010, o que os servidores contestam. "Não temos reajuste desde 2001", rebateu o diretor da Associação de Docentes, Fábio Iório. Segundo ele, as perdas chegam a 104%.

Na nota, o governo estadual informou que “qualquer novo reajuste salarial depende da [ampliação da] arrecadação do Estado”. “Novos pagamentos serão realizados o mais rapidamente possível, dependendo da disponibilidade de recursos em caixa.”

“Nosso último reajuste foi em 2010, dividido em um ano. Ou seja, levou um ano para pagar um valor que não chegava a 2% ao mês”, acrescentou o coordenador-geral do Sindicato dos Trabalhadores das Universidades Públicas Estaduais do Rio de Janeiro, Antonio Virgínio Fernandes.

Os servidores estão analisando quais atividades essenciais deverão ser mantidas no período de greve, incluindo o atendimento no Hospital Universitário Pedro Ernesto e na Policlínica Piquet Carneiro, ambas na zona norte da cidade do Rio.

Edição: Armando Cardoso

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