Alunos podem desocupar Colégio Mendes de Moraes, no Rio

Publicado em 13/05/2016 - 11:47 Por Da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Rio de Janeiro - Alunos do Colégio Estadual Prefeito Mendes de Moraes, na Ilha do Governador, permanecem na escola após Justiça suspender laudo de reintegração de posse (Tânia Rêgo/Agência Brasil)

Rio de Janeiro - A escola foi a primeira unidade da rede estadual a ser ocupada, em 21 de março, por alunos para apoiar a greve dos professores e pedir melhorias na qualidade da educação Tânia Rêgo/Agência Brasil

Estudantes devem desocupar o Colégio Estadual Prefeito Mendes de Moraes, na Ilha do Governador, no Rio de Janeiro, nas próximas duas semanas. A escola foi a primeira unidade da rede estadual a ser ocupada por alunos com o objetivo de apoiar a greve dos professores e pedir melhorias na qualidade da educação.

A informação sobre a desocupação foi dada hoje (13) pelo membro do Comando de Ocupações, Alessandro Ribeiro, aluno do Mendes de Moraes. Ele citou as conquistas alcançadas pelo movimento como fator principal para a liberação do prédio. Uma delas é a exoneração do diretor da unidade, Marcos Madeira, já confirmada pela Secretaria de  Educação.

“Uma hora isso [a desocupação] terá que acontecer. É inevitável. Não ficaremos aqui para sempre. Ainda mais que conquistamos tantas coisas com a ocupação. Acredito que nunca um movimento estudantil conseguiu ser atendido em tantas pautas. Essa exoneração é um êxito muito grande. Há tempos que a comunidade escolar queria o diretor Marcos Madeira fora do Mendes”, revelou.

Reunião

Alessandro disse, ainda, que a data da desocupação deve ser fixada em uma reunião prevista para hoje (13) entre os membros do Comando de Ocupações, mas que a escola não será desocupada imediatamente. “Até porque queremos fazer tudo direitinho. Assinar um termo de desocupação, informar para a sociedade as nossas conquistas, sairmos em segurança, etc. Essa reunião de hoje vai traçar os rumos do movimento”.

O chefe de gabinete da Secretaria de Educação (Seeduc), Caio Castro Lima, comentou a exoneração do diretor Marcos Madeira. “A secretaria quer paz. Sempre buscamos o diálogo e isso não pode ser perdido justamente entre os próprios alunos. A exoneração do diretor até passa por isso, já que avaliamos que, após a ocupação, a escola precisaria de alguém que pudesse unificá-la novamente. É fato que esse movimento acabou dividindo os alunos, o que pode ser prejudicial ao ambiente escolar e perigoso no cotidiano. Sem mencionar que o Madeira precisava ser preservado após tudo isso”.

Pedidos atendidos

Lima disse que os alunos saberão o momento certo de desocupar o colégio, mas lembrou que muitas demandas já foram atendidas, o que configura um compromisso por parte da Seeduc. “Eles ocuparam no momento que julgaram conveniente e desocuparão quando acharem que assim deve ser feito. Nós respeitamos a hora deles, mas há que se lembrar que já são algumas reivindicações que atendemos. São muitos alunos, pais e professores que querem o retorno das aulas, então isso deve ser levado em consideração pelo movimento”, afirmou.

Por meio de nota, a secretaria confirmou a abertura do processo de exoneração do diretor-geral do Colégio Estadual Prefeito Mendes de Moraes e informou que até que ocorra o processo eleitoral na escola, a direção adjunta assumirá. Além disso, ficou acordado em reunião entre o secretário Antônio Neto e os alunos que, nas escolas ocupadas, assim que acabarem as ocupações, 40 dias depois, haverá consulta à comunidade escolar (pais, alunos e professores) para a escolha de diretores.

Edição: Kleber Sampaio

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