Ocupantes de reitoria contestam adiamento do Enem em universidade baiana

Publicado em 05/11/2016 - 16:52 Por Sayonara Moreno – Correspondente da Agência Brasil - Salvador

Reitoria da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), ocupada por estudantes que protestam contra a reforma da educação e a proposta que limita os gastos públicos

Reitoria da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), ocupada por estudantes que protestam contra a reforma da educação e a proposta que limita os gastos públicosSayonara Moreno/Agência Brasil

Em Salvador, a Universidade do Estado da Bahia (Uneb), foi a única instituição a ter a aplicação das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) adiada. Responsável pelo exame, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Anísio Teixeira (Inep) adiou as provas que seriam realizadas em quatro departamentos do Campus 1 da Uneb, no bairro do Cabula. A justificativa do órgão é de que os locais estão ocupados por estudantes que protestam contra a reforma da educação e a proposta que limita os gastos públicos.

Como a Bahia é um dos estados onde não há horário de verão, os portões dos locais com data mantida para este fim de semana ficaram abertos entre 11h e 12h, das 12h às 13h, no horário de Brasília. Apesar do adiamento, a Uneb tem somente a Reitoria ocupada por estudantes, conforme constatado pela reportagem. 

Uma das pessoas a ocupar a reitoria da Uneb, a estudante de pedagogia Dai Costa, 26 anos, diz que os ocupantes asseguraram à coordenação do exame que se manteriam afastados dos prédios onde ocorreriam as provas para não prejudicarem a segurança das aplicações.

“Estamos somente na reitoria, todos os departamentos estão desocupados. A gente entende que [o adiamento] é na tentativa de deslegitimar o movimento, de dizer que os estudantes são contra o Enem e isso não existe. A gente faz essa leitura: ele [o Inep] está fazendo isso porque trata a ocupação como um impecilho”, contesta a universitária.

Segundo Dai Costa, os ocupantes e os professores da universidade chegaram a realizar ontem (3) um aulão para o Enem, como forma de tirar dúvidas e explicar conteúdos aos candidatos, sobretudo os de escola pública e de áreas mais periféricas de Salvador.

“A gente entende que nossa luta contra essa PEC, contra o desmonte da educação, é pela educação. Então, a gente jamais ia fazer nenhum ato, nenhuma manifestação, nenhuma intervenção, que atrapalhasse a realização das provas do Enem porque, na verdade, quem entrou [na universidade] quer que outras pessoas entrem”, concluiu a estudante de pedagogia.

De acordo com o Inep, o adiamento foi motivado por questões de segurança.

Um dos candidatos que realizaria a prova no Campus 1 da Uneb, o estudante Uzimar Cerqueira, 28 anos, deparou-se com o aviso de adiamento fixado na fachada ao chegar ao local. “[O Inep] lamenta, sinceramente, pelos transtornos causados aos participantes por esta alternativa de solução, a única que se apresentou viável para evitar um prejuízo maior”, finalizou o informe oficial.

Edição: Wellton Máximo

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