Alckmin apresenta propostas para educação em evento em São Paulo

Publicado em 15/08/2018 - 16:08 Por Daniel Mello - Repórter da Agência Brasil - São Paulo

O movimento Todos Pela Educação, organização suprapartidária e sem fins lucrativos, promove até a próxima quarta-feira (15) um debate sobre o ensino no Brasil, focado na educação básica, com os candidatos à Presidência da República. Por enquanto, quatro dos 13 confirmaram presença.

A série de diálogos, que conta com apoio do jornal Folha de S.Paulo, começou na última sexta-feira (10), na capital paulista, com o candidato Ciro Gomes (PDT) e a candidata Marina Silva (Rede) participou do debate na segunda-feira (13). Hoje (15), foi a vez do candidato Geraldo Alckmin (PSDB).

O candidato a vice-presidente na chapa do PT, Fernando Haddad (PT) participa amanhã (16) dos debates. Os 13 candidatos foram convidados, segundo a organização. A Agência Brasil acompanhará as discussões

Sugestões

O movimento Todos Pela Educação apresentou aos candidatos um plano com sete metas para quatro anos de mandato. A primeira meta é atenção especial à primeira infância, que inclui não só acesso a creches, mas direitos básicos como saúde, esporte e lazer. A segunda é a valorização dos professores, com investimentos em formação e organização de uma carreira, a fim de que os docentes se preparem para o desafio de elevar o padrão da educação brasileira.

As metas três e quatro dizem respeito ao currículo escolar: reformular o ensino fundamental (com foco na etapa do 6º ao 9° anos) e o ensino médio, ampliando a educação em tempo integral e aprimorando a grade curricular, bem como implementar a Base Nacional Comum Curricular (BNCC).

A quinta meta propõe ainda aprimorar o processo de alfabetização para superar dados oficiais que indicam que 55% das crianças ainda são analfabetas ao final do 3º ano do primeiro ciclo do ensino fundamental.

A sexta proposta defende a atualização da gestão e da governança da educação no país, com uma organização mais clara das competências da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, a partir da implantação do Sistema Nacional de Educação. A sétima e última meta trata do financiamento e prevê a mudança das regras atuais para que a distribuição dos recursos federais contemple as regiões mais necessitadas.

Propostas

O ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, defendeu que a educação básica seja a prioridade dos investimentos na área. “Eu vejo que é possível, sim, melhorar e até aumentar o financiamento e escolher bem: educação básica. Melhorar gestão”, enfatizou.

Sobre o ensino superior, o candidato acredita que a infraestrutura existente é sub-utilizada. “Eu também sou favorável ao ensino superior. O ensino superior é importantíssimo. Agora, você precisa ter custo-benefício. Você criou muita universidade com pouco aluno. Aproveitar o que foi criado, ter mais cursos. Ter mais alunos. O que você vai agregar de gastos é pouco frente ao investimento já feito”, disse.

Alckmin acredita que a cobrança de cursos de pós-graduação lato sensu, de especialização, pode ser uma oportunidade de financiamento para as instituições de ensino superior. “Então, mestrado, doutorado, no caso dos professores, não tem cobrança. Agora, especialização, sim, você pode cobrar. Aliás, nas universidades públicas, hoje, a especialização depois da pessoa formada, é uma fonte de financiamento, seja das universidades federais, seja das estaduais e até municipais”, ressaltou.

O candidato prometeu ainda acabar com o déficit de vagas no ensino infantil. “Nossa meta é zerar a falta de vagas na pré-escola e na EMEI [Escola Municipal de Ensino Infantil]. Hoje, temos mais de 5.511.000 crianças fora da EMEI, da pré-escola para 4 e 5 anos”, disse.

Outro foco de um possível governo de Alckmin à frente da Presidência seria garantir que os estudantes terminem a educação básica. “A minha meta é reduzir em 50% a evasão escolar. Hoje é um absurdo, só 59% dos alunos terminam o ensino médio no Brasil”, destacou. Para o candidato do PSDB, os investimentos no ensino básico devem ter um aporte mais forte nas escolas que apresentam os piores resultados nas avaliações do Ministério da Educação. “Nós precisamos focar nas escolas piores, porque elas podem responder mais rápido para a gente recuperar a qualidade da educação”.

Edição: Sabrina Craide

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