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Coluna - Batendo recorde nos games por uma boa causa

Maratona 'Games Done Quick' quer incentivar doações para caridade

Publicado em 09/01/2020 - 09:46 Por Guilherme Neto - Apresentador do quadro Fliperama no programa Stadium. A coluna é publicada pela Agência Brasil às quintas-feiras - Rio de Janeiro

Assistir a outras pessoas jogando games pode parecer estranho para quem tem 30 anos ou mais, mas a verdade é que a prática é cada vez mais comum, principalmente entre as novas gerações. Tanto que não são poucos os exemplos de jovens que têm feito fortuna na internet com a simples exibição de jogatinas.

Os motivos por trás disso podem ser muitos. É a chance para muitos fãs terem contato com games que eles não têm condições de comprar. Outros buscam matar a curiosidade sobre um novo título que acabou de sair. Há ainda quem simplesmente está travado em alguma parte do jogo e quer descobrir como passar de fase.

Há ainda quem curta o speedrun, modalidade competitiva em que o objetivo é terminar um jogo no menor tempo possível. Para esses fãs e jogadores, não há nada mais divertido do que o Games Done Quick (GDQ). A maratona de speedruns começou no último domingo (4) em Orlando, nos Estados Unidos, e tem como objetivo levantar fundos para instituições beneficentes através de doações em dinheiro. O evento termina no próximo domingo (12).

O evento anual é realizado desde 2010, com duas edições principais por ano. Em cada uma, vários desafiantes se reúnem, geralmente no auditório de algum hotel dos Estados Unidos, com o objetivo de quebrar recordes em partidas transmitidas gratuitamente pela internet por meio da plataforma Twitch, e arquivadas no YouTube. Para incentivar contribuições, o evento possibilita a interação com os doadores, que podem votar em quais games querem assistir ou qual personagem querem ver durante os jogos..

Alguns desafios exigem que o jogador avance por todas as fases, coletando todas as recompensas disponíveis, por exemplo. Porém, o mais divertido sempre é a disputa em que vale tudo, até mesmo usar e abusar de diversos bugs e glitches, defeitos de programação que possibilitam ao competidor avançar de maneiras não previstas pelos desenvolvedores originais. Isto pode acontecer seja atravessando uma parede, ou fazendo seu personagem voar longas distâncias. Os atalhos encontrados muitas vezes são bastante divertidos e até hilários.

Os donativos desta primeira edição do GDK de 2020 vão beneficiar a Fundação de Prevenção ao Câncer, organização sediada nos Estados Unidos que financia projetos em todo o mundo. A cada ano, o montante levantado bate recorde: na edição de verão de 2019 foram arrecadados US$ 3,03 milhões (R$ 12,33 milhões) que foram destinados à organização Médicos Sem Fronteiras. No total, foram 51.032 doações, com valor médio de US$ 59,56 cada. O sucesso da maratona de speedrun  é reforçado pelo número cada vez maior de patrocinadores, que variam de empresas de games a bebidas energéticas.

Entre os jogos prestigiados no evento este ano, há opções para todos os gostos: há desde títulos recentes muito elogiados como Marvel's Spider-Man (PS4) e Untitled Goose Game (PC), até eternos clássicos como Super Mario World (SNES) e Mega Man 4 (NES). A programação completa pode ser acompanhada no site oficial do Games Done Quick, com horários automaticamente convertidos para o fuso horário local.

Para os brasileiros interessados, vale participar de grupos na internet dedicados ao speedrun para conhecer outros jogadores e participar de eventos temáticos. Uma sugestão é acompanhar o Brazilians Against Time, grupo de fãs que costuma organizar eventos com propostas muito semelhantes ao Games Done Quick.

Edição: Cláudia Soares Rodrigues

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