Greve na saúde atinge 100% das unidades federais no Rio, diz sindicato

Publicado em 05/02/2014 - 21:29 Por Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Rio de Janeiro - Seis hospitais federais e dois institutos do Estado do Rio estão em greve. A paralisação é em defesa da jornada de 30 horas semanais e contra o ponto eletrônico (Fernando Frazão/Agência Brasil)

Todos os hospitais federais do Rio de Janeiro aderiram à greve da categoriaFernando Frazão/Agência Brasil

Os servidores do hospital de Bonsucesso aderiram à greve dos trabalhadores do setor de saúde das unidades federais do Rio. O hospital era o único que ainda estava funcionando integralmente entre as unidades. A informação é da diretora do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Federais em Saúde e Previdência Social (Sindsprev) no Rio, Cristiane Gerardo. “Hoje nós conseguimos 100% de adesão à greve. O último hospital que faltava aderir, aderiu, que foi o Hospital de Bonsucesso. A greve está forte e motivada e a gente espera que o governo federal abra tão logo as negociações para que a gente possa resolver este conflito”, disse em entrevista à Agência Brasil.

Agora a greve atinge as oito unidades da rede federal no Rio. Os hospitais da Lagoa, de Ipanema, Andaraí, Bonsucesso, o Federal dos Servidores do Estado (HFSE), Cardoso Fontes e os institutos Nacional de Traumatologia e Ortopedia (Into) e o Nacional de Cardiologia.

A diretora informou que, como a área de Saúde tem serviços essenciais, o atendimento aos pacientes está sendo feito de acordo com a necessidade. “A greve na saúde sempre foi feita com muita responsabilidade. A gente sabe que tem serviços que são essenciais, que não podemos suspender, como os casos de hemodiálise, de diálise, dos pacientes oncológicos, os que fazem tratamento por imunodeficiência, outros que têm muitas dificuldades de locomoção, colonoscopia, fisioterapia de quem fez extração da mama. Tem uma série de procedimentos que não podemos suspender em hipótese nenhuma. Esses procedimentos estão sendo mantidos mesmo em período grevista e em péssimas condições de trabalho”, disse.

No HFSE, a dona de casa Ana Célia da Silva Barbosa deixou a irmã no ambulatório de Clínica Médica depois de ter passado pelo ambulatório de Ortopedia. A paciente fez uma cirurgia de quadril na unidade e teve complicações após o procedimento. Segundo Ana Célia, a irmã vai passar a noite no hospital para fazer exames. “Os médicos estão achando que ela está com trombose. Ainda vão fazer os exames e ela está em uma maca. Eu não posso ficar com ela e vou voltar amanhã”, disse.

Hoje servidores em greve fizeram uma manifestação em frente ao Hospital da Lagoa, na zona sul do Rio. Eles saíram em passeata pela Rua Jardim Botânico e seguiram até a porta do prédio da TV Globo, no Jardim Botânico. Amanhã eles farão uma manifestação às 10 h em frente ao Hospital do Andaraí e às 16 h no Hospital de Ipanema.

Os grevistas pedem a manutenção da jornada de trabalho de 30 horas, que segundo o sindicato está garantida em portaria do Ministério da Saúde; valorização da carreira do servidor em unidades federais de Saúde; melhores condições de trabalho e diálogo para a implementação do ponto eletrônico. Além disso, querem o fim da Empresa Brasileira de Servidos Hospitalares, que para a diretora significa a entrega das unidades para a iniciativa privada. “Nada mais é do que uma privatização mascarada. Saúde não combina com lucro”, disse.

Até o fechamento desta matéria, às 20h40, o Ministério da Saúde não tinha encaminhado o balanço das atividades das unidades federais no Rio nesta quarta-feira.

Edição: Fábio Massalli

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