Escolas do Grupo Especial voltam ao Sambódromo para o Desfile das Campeãs

Publicado em 08/03/2014 - 15:53 Por Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

As seis primeiras colocadas do Grupo Especial das escolas de samba do Rio de Janeiro vão voltar neste sábado (8) ao Sambódromo para o Desfile das Campeãs, que começará às 21h. Pela ordem, vão se apresentar a Acadêmicos do Grande Rio, Imperatriz Leopoldinense, União da Ilha, Portela, Acadêmicos do Salgueiro e a vencedora de 2014, Unidos da Tijuca.

Segundo a Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa), ainda restam ingressos para arquibancadas especiais de todos os setores e podem ser comprados no posto Liesa/Bradesco montado atrás do Setor 11 do Sambódromo. Os preços variam entre R$ 130 e R$ 200. De acordo com a Liesa, estão esgotados os ingressos de frisas, arquibancadas populares e cadeiras individuais dos setores 12 e 13, na Apoteose.

O resultado de 2014 continua causando discussões. Apesar de muita gente concordar com a vitória da Unidos da Tijuca, que apresentou o enredo Acelera, Tijuca!, uma homenagem ao piloto brasileiro de Fórmula 1 Ayrton Senna, ainda tem quem considere a Salgueiro, que perdeu o título por 1 décimo, a campeã do público, porque recebeu uma consagração durante o primeiro dia de desfile. A escola apresentou o enredo Gaya, a Vida em Nossas Mãos, que destacou o cuidado com o planeta Terra, usando a representação dos quatro elementos, água, terra, ar e fogo, simbolizados pelos orixás Iansã, Xangô, Ossain e Iemanjá.

Embora a Salgueiro, também da Tijuca, na zona norte, o mesmo bairro da campeã, a classificação divide quem mora no local. Outra indignação dos moradores do bairro é o rebaixamento da Império da Tijuca, a verde e branco do Morro da Formiga. Como ficou em último lugar neste ano, ela voltará ao Grupo da Série A, de onde tinha saído para a elite do carnaval do Rio após vencer em 2013. O enredo Batuk também empolgou o público no domingo (2) mostrando as tradições africanas. O presidente da escola, Antônio Marcos Teles, o Tê, que no fim do desfile disse à Agência Brasil que a agremiação tinha se apresentado para não ser a última e aguardava apenas o resultado da apuração das notas dos jurados na quarta-feira (5), se mostrou revoltado com as notas mais elevadas conseguidas pela Unidos de Vila Isabel, que passou na avenida com diversos componentes sem as fantasias e as alegorias incompletas. “Ano que vem venho de cueca”, disse.

O coreógrafo Carlinhos de Jesus, responsável pela Comissão de Frente da Mangueira, foi outro que reclamou bastante. Carlinhos não entendeu como os jurados tiraram pontos da Comissão da Estação Primeira, se ela estava completamente dentro do enredo e teve, na avaliação dele, uma apresentação perfeita. O coreógrafo disse estar decepcionado. “O que desanima é ver a alegoria da Vila Isabel tirar nota maior que outras escolas que estavam mais bem estruturadas. Ela tirar 10 em alegoria é um desrespeito às outras agremiações e em fantasia tirar nota mais alta que outras escolas. Tinha gente desfilando de cueca na avenida e a alegoria inacabada”, disse, acrescentando que não sabe o que fará no ano que vem. “Você me perguntou o que eu quero fazer no ano que vem. Não sei. Se um cara desse continuar julgando, não sei o que vou fazer no ano que vem. Vou estar fora”, completou.

O diretor de carnaval da Beija-Flor, Luiz Fernando do Carmo, o Laíla, que está na escola há 20 anos, também ficou descontente com o resultado do Grupo Especial. As notas desagradaram tanto o diretor que ele nem esperou o fim da apuração e saiu da Apoteose quando a escola, acostumada a colecionar títulos, estava em décimo lugar. “Uma escola como a Beija-Flor não pode ficar nesta colocação, em décimo lugar”, reclamou.

Laíla disse que se responsabilizava pela escolha do enredo, uma homenagem ao ex-diretor da TV Globo José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni, e que não sabia se continuaria na escola. “Não sei de reação de diretoria [da escola]. A responsabilidade do carnaval é minha. Eu assumo e não culpo ninguém. Foi o caminho que eu achava que tinha que ser desenvolvido. Agora é botar a cabeça no travesseiro e chorar”, analisou.

No fim da apuração das notas, a Beija-Flor se classificou em sétimo lugar, com 296,4 pontos.

Edição: Fernando Fraga

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