Presidenta do TJRJ diz que Poder Judiciário foi atingido na ditadura

Publicado em 26/03/2014 - 22:30 Por Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

A presidenta do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, desembargadora Leila Mariano, destacou a importância do movimento estudantil e do papel da Igreja na busca pela democracia, e acrescentou que o Brasil ficou perplexo com a renúncia do ex-presidente Jânio Quadros, em 1961. Ela contou que parte da população se sentiu traída, porque a eleição dele tinha provocado expectativas de mudança no país, em especial, com relação ao Poder Judiciário, que foi muito atingido durante o regime militar. “Alguns ministros, desembargadores e juízes foram afastados de suas funções. Houve a federalização da Justiça, e o habeas corpus foi suspenso”, contou.

A desembargadora Leila Mariano e o escritor Rodrigo Lacerda, neto do ex-governador do antigo estado da Guanabara, Carlos Lacerda, participaram hoje (26) de uma palestra no campus Centro de Ensino do Ibmec-Rio sobre as circunstâncias do golpe de 1964 e o processo de reconstrução constitucional do Brasil.

Rodrigo Lacerda analisou a conjuntura política do período. Para ele, a renúncia de Jânio Quadros foi uma estratégia do ex-presidente para voltar ao poder com apoio popular, mas acabou se transformando em um trauma antes do golpe. Lacerda destacou ainda que Jânio não acreditava que os militares aceitariam a posse de João Goulart, o Jango, que era vice-presidente, mas isso acabou ocorrendo e ele (Jango) ainda propôs uma profunda reforma de base.

O escritor é autor do romance A República das Abelhas, em que analisa os principais fatos da política brasileira, desde a Primeira República até o suicídio de Getúlio Vargas.

 

 

Edição: Stênio Ribeiro

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