Academias de medicina do Brasil e da França fazem fórum no Rio

Publicado em 24/04/2014 - 17:26 Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

As academias nacionais de medicina do Brasil e da França iniciaram hoje (24), no Rio de Janeiro, o 1º Fórum Médico Franco-Brasileiro da Fondation de L'Académie de Médicine de France, durante o qual especialistas dos dois países debaterão temas de interesse da categoria, entre os quais obesidade, medicina robótica e adolescência. O evento se estenderá até amanhã (25).

A Academia Nacional de Medicina (ANM), que sedia o encontro, é a mais antiga instituição científico-cultural do Brasil. Ela completará 185 anos no próximo dia 30 de junho e teve como base de sua estrutura e regimento a Academia de Medicina da França, dez anos mais velha.

O  presidente da ANM, Pietro Novellino, destacou, em entrevista  à Agência Brasil, que a obesidade é, hoje em dia, um dos mais sérios problemas de saúde pública no mundo. “Envolve complicações de toda ordem, já que obesidade  faz parte da chamada síndrome metabólica, que é, em geral, associação de obesidade, diabetes e hipertensão arterial. Hoje, o mundo todo se preocupa”.

No campo cirúrgico, o tema que desperta a atenção dos estudiosos é a utilização de robôs nos procedimentos. O presidente da ANM, ele próprio um cirurgião, destacou que a robótica dá maior precisão ao ato cirúrgico. “Os elementos  aparecem em três dimensões e o uso de robôs permite  suturas profundas, como na região da laringe e faringe que, normalmente, são mais difíceis de se fazer de maneira manual”.

O médico explicou que o uso de robôs diminui também o número de complicações, principalmente nas cirurgias de câncer da próstata, em que a impotência sexual pós-cirurgia e a incontinência urinária  são os fatores que mais afligem os pacientes. Com a robótica, Pietro Novellino disse que as complicações são minimizadas em torno de 15% a 20%.

O presidente da ANM salientou  o programa de treinamento de equipes para o uso de robôs em cirurgias que vem sendo desenvolvido no Hospital Samaritano, que traz ao Rio os maiores especialistas mundiais, como o urologista indiano Vipul Patel, radicado nos Estados Unidos, que tem mais de 4 mil casos de câncer de próstata operados por robôs. “É um dos mais importantes programas de treinamento no mundo”.

O terceiro tema que será abordado no fórum é ligado aos cuidados com o adolescente no mundo em mutação, que sofre não só a influência dos meios de comunicação, mas também a sedução das substâncias ilícitas, como o crack, indicou Pietro Novellino. O médico confirmou que as drogas constituem um grave problema de saúde pública. Daí a adolescência ser objeto de debate no fórum.

A cooperação entre as academias de medicina do Brasil e da França mostra perspectiva de continuidade, disse. Essa cooperação se dá por meio do intercâmbio de conhecimento e de tecnologia e, ainda, pela mobilização estudantil e docente no campo médico. “Eu acho que cada vez mais as nossas relações com a França, que vêm desde a fundação da nossa academia,  tendem a se estreitar”.

Entre os palestrantes do 1º Fórum Médico Franco-Brasileiro estão o cirurgião plástico e professor Ivo Pitanguy e o fundador do Instituto de Treinamento em Técnicas Minimamente Invasivas e Cirurgia Robótica (Ircad), do Hospital Universitário de Estrasburgo (França), Jacques Marescaux.


Fonte: Academias de medicina do Brasil e da França realizam, no Rio, fórum bilateral

Edição: Davi Oliveira

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