UPAs terão telemedicina para atender pacientes com suspeita de infarto

Publicado em 09/04/2014 - 05:51 Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Um projeto lançado pelo governo federal está sendo adotado pelo governo fluminense e deverá funcionar no segundo semestre deste ano, nas unidades de Pronto-Atendimento (UPA 24 horas). O projeto prevê o treinamento das equipes das UPAs, por meio de um protocolo de atendimento ao paciente que chega a essas unidades com dor torácica. Em seguida, será implantado um sistema de telemedicina, que permitirá que um especialista dê o diagnóstico correto, a partir do eletrocardiograma que será enviado pelos médicos da UPA.

Inicialmente, o trabalho será feito na cidade do Rio, depois, a meta é estendê-lo para todo o estado. O projeto resulta de convênio firmado entre a Secretaria Estadual de Saúde e a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) e será apresentado  no 31º Congresso da Sociedade de Cardiologia do Estado (Socerj), que começa hoje (9).

“É uma linha de cuidado nova do governo federal ao paciente com  infarto agudo do miocárdio, que as secretarias de Saúde dos estados estão absorvendo e trabalhando”, disse à Agência Brasil o presidente do congresso, Denílson Albuquerque. No Rio de Janeiro, a proposta é otimizar o atendimento do paciente que chega à UPA com dor no peito.

Albuquerque explicou que muitas UPAs não têm cardiologistas. “São médicos que trabalham com emergência e não têm a visão de um especialista”, acrescentou. Segundo ele, por isso precisam de treinamento. Para o presidente, a linha de cuidado determina que o eletrocardiograma seja feito  entre dez e 20  minutos após o paciente chegar à unidade com dor no peito. “Porque na hora em que você tem um infarto agudo, quanto mais rápido puder atuar, melhor salvará o músculo cardíaco”.

A partir do pessoal já treinado,  será feita a inclusão do sistema de telemedicina nas UPAs, que dará a orientação em relação ao eletro. “É feito o eletro, ele é encaminhado por meio do sistema de telemedicina a  uma central, no Hospital Pedro Ernesto, da Uerj, que funciona 24 horas por dia, sete dias por semana. Vai ter um especialista que irá receber o eletro”.

A partir da identificação de que o eletro se refere a um paciente com infarto agudo do miocárdio, é dada a sinalização para que o tratamento seja iniciado. “Na UPA, vai ter o trombolítico, que é a medicação que dissolve o coágulo do paciente que está com o vaso entupido. A partir do momento em que o diagnóstico for feito,  o médico recebe a informação e inicia o tratamento, aquele protocolo para o qual ele já foi treinado e recebeu todas as informações.

No momento, Denílson Albuquerque informou que o protocolo está sendo concluído e as aulas para as equipes das UPAs estão sendo preparadas. A perspectiva é que o processo esteja implementado no segundo semestre. O tema será debatido em mesa-redonda no Congresso de Cardiologia da Socerj. Protocolo semelhante foi adotado na Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), que enviará um especialista para participar do debate.

Edição: Graça Adjuto

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