Vítimas do massacre em escola de Realengo serão levadas para memorial

Publicado em 07/04/2014 - 20:16 Por Akemi Nitahara - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Passados três anos do ataque à escola Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, os corpos das vítimas serão exumados e levados para um memorial que será erguido para elas no Cemitério Jardim da Saudade. A previsão é que a transferência ocorra no dia 12 de maio.

A informação é da presidenta da Associação Anjos de Realengo, Adriana da Silveira Machado, mãe da estudante Luísa Paula da Silva, uma das 12 vítimas. No dia 7 de abril de 2011, um ex-aluno, de nome Wellington Menezes, entrou na escola e atirou nos alunos de duas salas de aula, matando 12 adolescentes e deixando 12 feridos.

De acordo com Adriana, os jazigos em que as crianças foram colocadas eram alugados e, portanto, os restos mortais teriam que ser retirados de qualquer forma. Hoje, uma missa às 19h, na Igreja Nossa Senhora da Conceição, homenageou as vítimas.

Adriana explica que, atualmente, a associação pede melhoria no atendimento psicológico prestado aos parentes. “Tem família aqui com a sanidade completamente comprometida, e o tratamento não é o melhor. O tratamento existe, mas não é o que seria necessário fazer. E aí a gente para e pensa que todo mundo era normal, todo mundo tinha uma vida tranquila e com saúde, e hoje nós estamos sequelados. Tem que ter um tratamento bem propício para o que cada um está sentindo, sabe?”

Outra bandeira da Associação Anjos de Realengo é levar mais segurança para as escolas, segundo a presidenta. “Está na hora das autoridades acordarem e tomarem providências imediatamente. As coisas não podem ficar do jeito que estão, nada mudou, está tudo como sempre foi, e eu não sei o que falta para acordarem. Eu não sei quantas crianças mais precisam perder a vida para que as outras escolas tenham uma reforma, uma guarda municipal na porta. Eu não sei. O perigo já está dentro da escola”, lamentou.

Segundo o advogado João Tancredo, as indenizações para as famílias das vítimas já foram pagas. “Todas as famílias das pessoas que faleceram fizeram acordo e já receberam a indenização. E as famílias de quem teve lesão também fizeram acordo, muito tempo depois. Agora, estamos buscando indenização para avós das crianças, tanto maternos quanto paternos, e em alguns casos tios, irmãos”.

A Secretaria Municipal de Saúde (SMS) informou, em nota, que o tratamento psicológico tem sido dado de acordo com as necessidades individuais, e não há registro de queixas por parte do grupo. “Todas as famílias, com vítimas ou feridos da Escola Municipal Tasso da Silveira, estão vinculadas a uma unidade de saúde de referência, com acompanhamento regular pela Equipe de Saúde da Família. Além dos atendimentos nas Clínicas da Família, recebem visita domiciliar. Os pacientes que necessitam, estão em acompanhamento semanal de psicologia e/ou psiquiatria. Todos os atendimentos estão evoluídos em prontuários”, acrescentou.

A SMS informa que também fornece, em alguns casos, transporte para o tratamento em hospitais federais e todos os medicamentos previstos na grade municipal.

A Guarda Municipal não retornou o contato da reportagem. De acordo com informações da página da corporação na internet, atualizadas em 2010, o Grupamento de Ronda Escolar (GRE) foi criado em 1998 e conta com efetivo de 266 guardas municipais, atuando em 689 das 1.055 escolas da rede municipal.

 

Edição: Stênio Ribeiro

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