Candidatos pedem anulação de concurso da Polícia Militar do Rio

Publicado em 02/09/2014 - 19:59 Por Da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Candidatos ao concurso para Polícia Militar do Rio de Janeiro pedem na Assembléia Legislativa anulação de questões que estariam em desacordo com o edital e o cancelamento das provas (Fernando FrazãoAgência Brasil)

Na  Alerj,  candidatos  pediram  apoio  para anulação

do concurso da PM  Fernando Frazão/Agência Brasil

Centenas de candidatos que fizeram o concurso para soldado da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro reuniram-se na tarde de hoje (2), em frente à Assembleia Legislativa, no centro da cidade, para pedir o apoio dos deputados para a anulação do certame. Os candidatos reclamaram do teor de algumas questões que estavam na prova de domingo (31), mas não constavam do edital.

De acordo com os manifestantes, além de erros em questões de história, geografia, informática e português, a organização do concurso deixou a desejar. Muitos candidatos contaram que, por diversas vezes, fiscais de prova saíram das salas e, ao mesmo tempo, muitos dos inscritos tiveram permissão para ir ao banheiro.

Segundo um dos líderes do protesto, Anderson Silva, o nível das questões cobradas na prova não era o exposto no edital. “Não houve organização nenhuma. Eu vi e ouvi pessoas comentando que viram fiscais saindo das salas, presenciaram conversas nos corredores e até dez pessoas indo ao banheiro ao mesmo tempo. Além disso, o nível da prova era superior, e não médio. Vários professores de cursos preparatórios que consultamos discordaram das respostas de algumas questões. Estamos reunindo provas para cancelar o concurso. Esse é o nosso objetivo”, disse Anderson.

Um levantamento feito pelos candidatos apontou 12 questões que estariam erradas e deveriam ser anuladas. O número representa 30% da prova, o que, segundo eles, seria o suficiente para anular o concurso. A Polícia Militar (PM) estimou em 150 o número de participantes do protesto. A maioria pedia a anulação do concurso que, para eles, foi fraudado, já que alguns candidatos postaram fotos da prova em redes sociais. De acordo com a PM, dois candidatos foram desclassificados por ter entrado com o celular na sala de prova e fotografado o cartão de respostas não preenchido.

Ao todo, 105 mil pessoas fizeram a prova em todo o estado. Insatisfeitos com a situação, muitos estão recorredo às redes sociais para anular o concurso. Ainda hoje ou amanhã (3), uma comissão de candidatos, com apoio de deputados da Alerj, deve entrar com representação no Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro para pedir a anulação do concurso.

Um dos candidatos a policial militar, Felipe dos Santos, de 25 anos, disse que deixou o emprego de gerente de vendas para estudar para o concurso, mas se espantou ao encontrar conteúdos que não constavam do edital.

“O justo é anular a prova, e não as questões. Quem estudou mesmo, sairia prejudicado dessa história. O edital falava, por exemplo, que o pacote Office de 2007 seria cobrado, mas o que vimos na prova foi o 2013. Fazendo a prova, eu também vi que ninguém checava o que estava embaixo das folhas das provas. Se alguém levasse um papel com um resumo, conseguiria ver tranquilamente. Levei a prova para alguns professores do curso, e poucos professores, que são referência, acertavam as questões. Essa banca é líder de reclamações”, desabafou Felipe.

A PM informou, em nota, que não há indícios de fraude no concurso que justifique o cancelamento da prova e que a empresa Exatus, responsável pela elaboração e correção da prova, disponibiliza uma ferramenta em seu site para recursos relacionados ao concurso. A corporação também esclareceu que em cada município onde o exame foi realizado, havia policiais conferindo se tudo estava sendo cumprido conforme o edital.

Quanto às falhas na organização e na segurança apontadas pelos candidatos, a PM disse que vai cobrar da empresa responsável. Se forem constatadas falhas, “serão reunidas em um relatório e enviadas quarta-feira (3) para o Centro de Recrutamento e Seleção de Praças, e este repassará à Diretoria de Logística, setor da PM responsável pelas licitações”. Após a análise, se forem constatadas irregularidades, as punição poderão ir de advertência até suspensão, por tempo determinado, do direito de participar de novos certames.

Edição: Nádia Franco

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