Santa Catarina: ataques revelam enfraquecimento de organizações criminosas

Publicado em 07/10/2014 - 15:12 Por Aline Leal – Repórter da Agência Brasil* - Brasília
Atualizado em 07/10/2014 - 17:21

O governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, falam à imprensa sobre o reforço nas operações de segurança pública no estado (Elza Fiúza/Agência Brasil)

O  governador  catarinense  e  o  ministro  da  Justiça,
em  entrevista  à  imprensaElza Fiúza/Agência Brasil

O ministro da Justiça, Eduardo Cardozo, disse hoje (7) que os recentes ataques ocorridos em Santa Catarina podem ser um reflexo do enfraquecimento das organizações criminosas do estado. Segundo ele, as ações do governo estadual no sistema prisional foram muito importantes e as queixas relativas aos  presídios praticamente acabaram.

"As organizações criminosas, quando começam a ser asfixiadas, não têm espaço de crescimento. Quando são atingidas financeiramente, encontram variantes de crimes e tentam reagir a essa ação eficiente da segurança pública. Não podemos perder de vista essa perspectiva quando se trata de organização criminosa”, destacou o ministro, que recebeu nesta tarde o governador catarinense, Raimundo Colombo.

De acordo com Colombo, dos 18 mil presos em Santa Catarina, mais de 8 mil estão trabalhando e mais de mil, estudando. A mudança de postura em relação aos presos veio em 2012, depois de uma onda de ataques no estado. “Essas pessoas deixaram de ser massa de manobra do crime”, disse o governador.

Para o ministro da Justiça, não há necessidade de mexer na estratégia de defesa adotada no estado. A Força Nacional começou a atuar no estado na manhã desta terça-feira, auxiliando as polícias Federal e Rodoviária Federal na fiscalização de barreiras em busca de armas e drogas. “Se for necessário mandar mais homens, mais efetivo, o governo federal está solidário com o povo de Santa Catarina”, acrescentou o ministro.

Uma das ações do governo para garantir a segurança no estado é a instalação de barreiras marítimas, terrestres e aéreas para evitar a circulação de drogas e armas. “Não vamos baixar a guarda, nem achamos que está tudo bem”, disse Cardozo.

Desde o dia 26 de setembro, foram registrados 94 ataques a ônibus, viaturas policiais, prédios públicos e casas de agentes de segurança em Santa Catarina. As forças de segurança do estado promoveram 17 ações preventivas – com apreensão de armas e materiais usados para atear fogo a coletivos – e prenderam 44 suspeitos e apreenderam 13 menores.

Além disso, na manhã do último sábado (4), véspera das eleições, 20 presos foram transferidos para presídios federais.

*Colaborou Ivan Richard

O texto foi alterado às 17h21 para correção de informação: a Força Nacional não chegou hoje a Santa Catarina, e sim começou a atuar hoje no estado

Edição: Nádia Franco

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