Paciente com suspeita de ebola pode receber alta na segunda-feira

Publicado em 11/10/2014 - 15:41 Por Isabela Vieira - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Coletiva de imprensa realizada no Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, Fiocruz, dos médicos que estão monitorando o estado do africano suspeito de ter contraído o Ebola.(Tomaz Silva /Agência Brasil)

Os especialistas informaram que todo o protocolo de atendimento e segurança para o ebola foi seguido à risca na FiocruzTomaz Silva/Agência Brasil

Os médicos da Fundação Oswaldo Cruz informaram hoje (11) que passa bem o paciente com suspeita de ebola, internado no Rio de Janeiro. Soullymane Bah, de 47 anos,  continua sob observação e pode receber alta na segunda-feira (13), após o resultado do segundo exame. Ele recebeu com alívio o laudo negativo do primeiro teste, divulgado mais cedo. Amanhã (13) ele repetirá o exame, que pode descartar definitivamente o diagnóstico de ebola.

“Dando negativo, ele passa a ser um paciente viajante, que veio da África e que teve um quadro febril. Clinicamente, se não houvesse a suspeita do ebola, ele não precisaria ficar internado”, explicou o médico infectologista da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Jorge Cerbini. De acordo com o diretor do Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI), Alejandro Hasslocher, onde Soullymane recebe os cuidados médicos, todo paciente com suspeita de qualquer doença infecciosa grave, é submetido a dois exames para confirmar a doença. No caso do paciente da Guiné, no entanto, os médicos acreditam que o ebola não deve ser confirmado.

“Ele não teve nem febre desde que chegou, então, o risco é baixíssimo”, avaliou a infectologista do INI, Marília Santini. “O que acontece no ebola é que quanto mais doente, maior a quantidade de vírus no sangue. Então, se você colheu [o sangue] no primeiro dia e a pessoa não está muito doente, [o exame] pode dar negativo. Em dois dias, se a pessoa tem o vírus, dá positivo. Por isso, não podemos dizer ainda que a chance de dar negativo é zero”, ponderou.

Caso receba a alta, a liberação do paciente dependerá da logística para transportá-lo de volta ao Paraná, de onde veio ao Rio em avião da Força Aérea Brasileira. O esquema especial na Fiocruz será mantido até o resultado do segundo exame, que sai na segunda-feira.

Os especialistas informaram que todo o protocolo de atendimento e segurança para o ebola foi seguido à risca na Fiocruz, que é a unidade de referência para os casos suspeitos no Brasil. Dois quartos do INI estão preparados desde junho e os profissionais foram treinados em vários simulados. Ao todo, a unidade tem 32 leitos que podem atender pacientes suspeitos.

Soullymane Bah foi notificado na quinta-feira (9) em uma Unidade de Pronto-Atendimento em Cascavel (PR). O paciente saiu da Guiné, na África Ocidental, no dia 18 de setembro, e chegou ao Brasil em 19 de setembro. Por apresentar febre e ter vindo de um dos países com a doença, foi classificado como suspeito e encaminhado à unidade de referência no Rio de Janeiro.

Edição: Fábio Massalli

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