Manifestação alerta para condição precária de equipamentos esportivos no Rio

Publicado em 16/12/2014 - 21:32 Por Cristina Indio do Brasil - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Entidades da sociedade civil lançaram um manifesto hoje (16) com alerta sobre o legado dos equipamentos esportivos dos Jogos Olímpicos de 2016. O lançamento foi na Cinelândia, no centro do Rio de Janeiro, em frente ao Theatro Municipal, onde estava marcada a cerimônia de entrega do Prêmio Brasil Olímpico. A manifestação reuniu integrantes do Movimento de Resistência, que inclui o Comitê Popular da Copa e da Olimpíada, a Associação dos Atletas e Amigos do Célio de Barros, a Associação dos Veteranos do Atletismo (Avat), a Federação de Ciclismo do Rio de Janeiro, a Comissão pelo Júlio de Lamare e o Movimento SOS Estádio de Remo.

Segundo o integrante do Comitê Popular da Copa e da Olimpíada Roberto Morales, o movimento se preocupa não só com a condição do Complexo do Maracanã, que inclui o Estádio de Atletismo Célio de Barros e o Parque Aquático Júlio de Lamare, desativados atualmente, mas também com o Estádio de Remo da Lagoa que, de acordo com ele, foi descaracterizado como praça esportiva pública e referência de remo na cidade. O manifesto chama a atenção ainda para a construção do novo velódromo. Quanto aos campos de golfe, alerta que estão sendo construídos em Área de Preservação Permanente.

“O esporte e as praças esportivas do Rio de Janeiro, a um ano e meio da Olimpíada, não têm a menor condição de oferecer espaço para os atletas treinarem. Nós fizemos esse manifesto para encaminhar [as demandas] para as autoridades, não só do Executivo, mas [também] dos poderes Legislativo e Judiciário. A ideia é combater em todas as frentes e com mobilizações nas ruas para denunciar esta situação”, revelou à Agência Brasil.

Rosângela Passos, da Comissão pelo Júlio de Lamare, disse que o parque aquático, classificado por ela de um dos melhores do mundo na modalidade, está abandonado. Além de prejudicar os atletas, que não podem fazer competições no local nem treinamentos, muitos usuários de programas sociais que eram desenvolvidos no equipamento esportivo tiveram as atividades interrompidas. “Tinha o projeto de iniciação desportiva – de natação e salto para crianças desde 7 anos até a terceira idade – tinha hidroginástica, o programa de saúde para pessoas que tiveram AVC e problemas cardíacos, que iam para lá fazer seus tratamentos. Todos esses projetos, que bombavam no de Lamare, foram dispensados”, contou ela.

O presidente da Comissão de Pais de Alunos e de Ex-Alunos da Escola Municipal Friedenreich, Carlos Sandes Ehlers, defende a volta do funcionamento não só do parque aquático, mas também do Estádio de Atletismo Célio de Barros. Quando começaram as obras no Estádio Mário Filho, o Maracanã, para a Copa do Mundo, os dois e a escola corriam o risco de demolição, para que fossem construídos um shopping e estacionamentos.

Carlos Sandes explicou que, por meio de convênio com o governo estadual, os alunos da escola localizada em frente ao estádio usavam as instalações dos dois equipamentos para atividades esportivas. “Nós tínhamos uma parceria em que os alunos da escola frequentavam a natação no Júlio Delamare e outros praticavam atletismo no Célio de Barros. Tinha um convênio entre educação, cultura e esportes. Cabe à sociedade reivindicar, pressionar para que seja novamente construída a pista de atletismo e o parque volte a funcionar”, informou.

Embora a demolição dos Parque Aquático e do Estádio de Atletismo tenha sido cancelada, os equipamentos estão fechados.

Edição: Stênio Ribeiro

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