Carreta da Saúde promove ação contra a hanseníase no DF

Publicado em 26/01/2015 - 15:13 Por Paula Laboissière - Repórter da Agência Brasil - Brasília

 

Brasília recebe a Carreta da Saúde que promove a detecção e o tratamento da hanseníase. O caminhão possui cinco consultórios e um laboratório para o diagnóstico da doença (Elza Fiúza/Agência Brasil)

Na Carreta da Saúde, as pessoas recebem orientação sobre a hanseníase.Elza Fiúza/Agência Brasil

A Carreta da Saúde deu início hoje (26) a uma ação de prevenção e controle da hanseníase no Distrito Federal. O caminhão tem consultórios e laboratório para diagnóstico da doença. O atendimento gratuito é na Rodoviária do Plano Piloto e vai até a próxima sexta-feira (30).

De acordo com a dermatologista Diva Previtera, os sinais de maior atenção no caso de suspeita de hanseníase são manchas de tonalidades diversas – mais claras que o tom da pele ou avermelhadas – e com alteração de sensibilidade (a maioria fica dormente, mas pode haver formigamento no local).

A especialista lembrou que o Brasil ocupa a segunda colocação no ranking de casos da doença, perdendo apenas para a Índia. “É uma doença que está logo ali. Ela existe, mas, muitas vezes, o paciente não sente nada. Qualquer pessoa pode ter hanseníase”, disse. Diva destacou que a doença atinge a pele e nervos superficiais e, por isso, exige urgência no diagnóstico.

A presidenta do Grupo de Apoio às Mulheres Atingidas pela Hanseníase, Marly Araújo, que participa da Carreta da Saúde, sabe bem o que a demora no diagnóstico de hanseníase pode causar. Ela começou a sentir os sintomas da doença em 1993, chegou a ser aposentada sob suspeita de lesão por esforço repetitivo (LER) e, apenas em 2000, soube que tinha hanseníase.

Brasília recebe a Carreta da Saúde que promove a detecção e o tratamento da hanseníase. O caminhão possui cinco consultórios e um laboratório para o diagnóstico da doença (Elza Fiúza/Agência Brasil)

Presidenta do Grupo de Apoio às Mulheres Atingidas pela Hanseniase, Marly Araújo, demorou a descobrir

que   tinha  a  doença         Elza  Fiúza/Agência  Brasil

“Falta informação. Falta muita informação. Para a população em geral e para os profissionais de saúde”, disse. “Passei sete anos tratando a doença como LER e ninguém sabia que era hanseníase. Hoje, estou curada, mas mantenho um quadro inflamatório como sequela e que me causa muita dor.”

Conceição Aparecida dos Santos, de 54 anos, estava entre os primeiros na fila para se consultar na Carreta da Saúde. Uma mancha na perna, que apareceu há cerca de dois anos, preocupa a dona de casa. “Não sinto nada, mas fico com medo. Meu esposo me avisou e vim consultar. Tinha ouvido falar em hanseníase, mas não sabia de todos os detalhes”, disse.

Dados do Ministério da Saúde revelam que, em 2013, o Brasil registrou 31.044 novos casos de hanseníase. Segundo dados preliminares, no ano passado, mais 24.612 doentes foram identificados no país. As áreas de maior risco estão em Mato Grosso, no Pará, no Maranhão, em Rondônia, no Tocantins e em Goiás.

A hanseníase é uma doença crônica, infectocontagiosa e transmitida de uma pessoa doente, que não esteja em tratamento, para uma pessoa saudável suscetível. Embora tenha cura, a doença mas pode causar incapacidades físicas se o diagnóstico for tardio ou se o tratamento não for feito adequadamente.

A orientação é que as pessoas procurem o serviço de saúde assim que perceberem o aparecimento de manchas, de qualquer cor, em qualquer parte do corpo, principalmente se ela apresentar diminuição de sensibilidade ao calor e ao toque. Após iniciado o tratamento, o paciente para de transmitir a doença quase imediatamente.

Edição: Beto Coura

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