Reunião da CNTBIo é suspensa após manifestação do MST

Publicado em 05/03/2015 - 17:56 Por Ivan Richard - Repórter da Agência Brasil - Brasília

Cerca de 300 integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST) e da Via Campesina interromperam hoje (5) a reunião da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) que analisava pedidos de liberação para uso comercial de variedades geneticamente modificadas (transgênicas).

Os manifestantes ocuparam a sala de reunião do CNTBio, provocando o cancelamento do encontro, quando ia ser votada a permissão para comercialização e cultivo de uma variedade de eucalipto transgênico, também resistente ao 2,4-D. De acordo com a Polícia Militar, o ato foi pacífico.

“A ideia nossa era vir para travar, impedir esta reunião mesmo, porque não houve nenhum debate. Apesar de ser uma comissão que tenha pessoas comprometidas com os movimentos, a grande maioria representa os interesses patronais. A gente veio na ideia de fazer o debate. Impediram nossa entrada, forçamos, fizemos falas e impedimos a reunião. A gente acredita que o CTNbio não representa os interesses do povo. Não é uma comissão escolhida de forma democrática”, disse Marco Antonio Baratto, da coordenação estadual do MST no Distrito Federal, à Agência Brasil.

Antes de a reunião ser suspensa, os membros da comissão chegaram a aprovar a liberação para uso comercial uma variedade de milho transgênico tolerante ao herbicida ácido diclorofenóxiacético (2,4-D), usado no controle de ervas daninhas em pastagens e na produção agrícola, bem como a determinados inibidores de acetil coenzima. A decisão atendeu ao pedido feito pelas empresas Dow AgroSciences Sementes & Biotecnologia Brasil e Monsanto do Brasil.

O MST e a Via Campesina defendem a proibição do uso agrotóxico 2,4-D. De acordo Baratto, a permissão do CNTBio para comercialização da variedade de milho resistente ao pesticida incentiva a utilização do produto tóxico. “Vários países do mundo proíbem o uso desse agrotóxico, esse agente químico secante já usado no Brasil no cultivo de soja, que mata tudo que tem em volta, contaminando o solo e os lençol freático”, disse.

Edição: Aécio Amado

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