Sem-teto que saíram do Flamengo tentam nova ocupação e acampam em praça pública
Os sem-teto que tentaram ocupar um prédio na madrugada de hoje (24), na Praça Mauá, na zona portuária do Rio de Janeiro, estão agora acampados na Praça da Cruz Vermelha, no centro da cidade. O grupo é o mesmo que ocupou o antigo edifício-sede do C.R. Flamengo, no bairro do mesmo nome, na zona sul da cidade, arrendado pelo clube ao empresário Eike Batista.
A desocupação do prédio do Flamengo ocorreu no dia 14 deste mês, como resultado de ação de reintegração de posse efetuada pela Polícia Militar, em cumprimento a dois mandados judiciais. Ao deixarem o imóvel, os desabrigados montaram acampamento na Cinelândia, de onde foram retirados após mais de uma semana. Hoje, ao terem frustrada a tentativa de ocupar o edifício do antigo Instituto de Aposentadoria e Pensões dos Empregados em Transportes e Cargas (Iapetec), os sem-teto escolheram a Praça da Cruz Vermelha para acampar.
A Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social (SMDS) informou que em ação articulada com a Defensoria Pública, a Secretaria Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos e a Secretaria Estadual de Habitação, foi feito na última quarta-feira (22) o cadastramento das famílias que ocuparam o prédio do Flamengo.
Nesta ação, foram atendidas cerca de 200 pessoas, das quais 42 atualizaram suas informações no Cadastro Único do Governo Federal (CadÚnico) e 83 foram inseridas neste cadastro. As restantes não tinham a documentação necessária, exigida para fazer a inscrição. Na ocasião, segundo informou a SMDS, foram ofertadas vagas na rede de abrigos do município, “recusadas por todos os atendidos”.
A secretaria informou ainda que esse mesmo grupo de pessoas ocupou anteriormente o terreno da Cedae, na região do Porto do Rio, quando preencheu ficha cadastral. Na ocasião, as pessoas foram orientadas a se dirigir ao Centro de Referência da Assistência Social (Cras) Dodô da Portela, no Santo Cristo, para a inscrição no CadÚnico e verificação das demandas sociais.
A secretaria explicou que das 128 pessoas que preencheram a ficha, apenas 24 compareceram ao Cras. Ainda segundo a secretaria, nenhum dos programas propostos, que incluíam oferta de abrigos e capacitação para o mercado de trabalho, foi aceito pelos sem-teto. Eles são assistidos pelo Núcleo de Terras e Habitação (Nuth) da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro.