Artesãs de comunidades do Ceará participam de evento de moda em Fortaleza

Publicado em 09/05/2015 - 17:53 Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

Duas comunidades da região metropolitana de Fortaleza participam da 16º edição do Dragão Fashion Brasil, no Terminal Marítimo de Passageiros, no Porto do Mucuripe. O evento de moda começou na quinta-feira (7) e vai até amanhã (10), com apoio da Companhia Energética do do Ceará (Coelce), por meio do Programa Energia Social.

Participam do evento mulheres das comunidades de Penedo (Projeto Richelieu Flor do Campo), do município de Maranguape, e Coaçu (Rendas de Coaçu), de Pacajus. Os dois grupos foram selecionados pelo programa para participar desta edição. “Elas estão expondo a coleção Asas de Um Sonho, que produziram para o desfile no ano passado em parceria com o estilista de moda Ivanildo Nunes”, disse à Agência Brasil a especialista em energia e inclusão social da distribuidora Elissandra Ferreira. Em outro espaço, denominado Vila Energia Social, são vendidos os produtos feitos por artesãs de comunidades assistidas.

Para Gorete Braga, coordenadora do grupo de Penedo, a iniciativa “abriu as portas” para as mulheres beneficiadas. Ela contou que as integrantes da comunidade estão construindo um galpão para trabalhar. “A gente quer trabalhar todas juntas, lá dentro e não um dia na casa de uma e outro dia na casa de outra”. Atualmente, 11 mulheres fazem parte do grupo, que tem como produto principal uma espécie de renda chamada richelieu. Gorete disse que o grupo “agarrou o projeto com unhas e dentes”, com o objetivo de mostrar o seu trabalho. A meta é inaugurar o galpão ainda este ano.

O Programa Energia Social foi criado em 2006 pela Coelce, com o objetivo de trabalhar a geração de renda da população carente. A ideia é fazer um diagnóstico local em comunidades de vulnerabilidade social e identificar os principais talentos e habilidades que já existam dentro desse grupo para, a partir daí, desenvolver o programa, o que é feito em três etapas.

A primeira consiste no mapeamento de habilidades e definição das técnicas, como trançado de palha, crochê e renda richelieu. O segundo momento do programa envolve a capacitação técnica e gerencial dos participantes. “A técnica é para refinar porque, geralmente, eles não têm acabamento com perfeição do produto que confeccionam. Então, a parte técnica é para fazer um produto diferenciado, com bom acabamento, enquanto a parte gerencial envolve uma questão financeira. É uma preparação de como gerenciar a comercialização deles”, explicou Elissandra.

A terceira fase entra diretamente na questão da venda dos produtos. A Coelce apoia as comunidades com a promoção de feiras e acompanha a participação dos grupos nessas atividades. Elissandra destacou que o programa possibilita que as pessoas que antes produziam suas peças individualmente passem a se organizar em grupos ou associações. “O programa possibilita que essas pessoas se organizem em grupo e criem uma marca, uma identidade.”

De 2006 até o ano passado, 38 comunidades já foram atendidas pelo programa, totalizando mais de 5 mil pessoas beneficiadas de forma direta e indireta. “Mais de R$ 1 milhão em termos de renda foram gerados para essas comunidades por meio do Programa Energia Social”, destacou a especialista. Atualmente, 30 comunidades estão sendo capacitadas.

Hoje (9) à noite, haverá desfile Dragão Fashion Brasil para a presentação de peças produzidas pelas mulheres da comunidade de Penedo.

Edição: Juliana Andrade

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