Comandante diz que PM do Paraná não pode ser tachada de leviana por secretário

Publicado em 06/05/2015 - 19:58 Por Da Agência Brasil - Brasília

Protesto em Curitiba termina com manifestantes e policiais feridos. Manifestantes em greve desde segunda-feira protestavam contra o projeto de lei que altera a Previdência estadual (Divulgação/Joka Madruga/APP-Sindicato)

Secretário de Segurança Pública do Paraná, Fernando Francischini, disse que ação da PM durante o confronto “não tem justificativa"  Divulgação/Joka Madruga/APP-Sindicato

O comandante-geral da Polícia Militar (PM) do Paraná, Cesar Vinícios Kogut, enviou uma carta ao governador do estado, Beto Richa, na qual repudia as declarações do secretário de Segurança Pública, Fernando Francischini, em entrevista coletiva, na última segunda-feira (4). O documento é assinado  por mais 15 coronéis e foi divulgado hoje (6) pelo próprio comandante.

Na carta, enviada ao governador ontem (5), Kogut manifestou seu “repúdio” às declarações do secretário após ação policial para conter manifestantes, em sua maioria professores, que queriam entrar na Assembleia Legislativa no último dia 29 de abril. No episódio, cerca de 200 pessoas ficaram feridas. “Não se pode admitir, em respeito à tradição da Polícia Militar do Paraná, seus oficiais e praças, que seja atribuída a tão nobre corporação a pecha de irresponsável e leviana.” 

O comandante diz ainda que “todas as ações foram tomadas seguindo o plano de operações elaborado, o qual foi aprovado pelo escalão superior da Sesp [Secretaria de Segurança Pública], tendo inclusive o senhor secretário participado de diversas fases do planejamento, bem como é importante ressaltar que no, desenrolar dos fatos, o secretário de Segurança Pública era informado dos desdobramentos”.

A carta informa também que, imediatamente após o protesto, foi determinada abertura de Inquérito Policial Militar para apurar possíveis excessos e que o secretário foi alertado “inúmeras vezes”, durante a ação, que “pessoas poderiam sofrer ferimentos, como realmente ocorreu”.

Em entrevista a jornalistas na segunda-feira (4), o secretário comentou a ação policial durante protesto de professores em Curitiba, há uma semana, que deixou mais de 200 feridos.  “Não tem justificativa. Nós lamentamos. As imagens são terríveis. Nunca se imaginava que um confronto como esse terminasse de maneira tão lastimável, com as imagens que nós vimos. Nada justifica. Lesões, vítimas, de ambos os lados. Vamos ouvir quem comandou a operação, quem deus as ordens para que fossem executadas as medidas de conteção”, disse Francischini.

Procurada pela Agência Brasil, a Secretaria de Segurança enviou nota, assinada pelo secretário Fernando Francischini. No documento, o secretário diz que foi mal interpretado e pede compreensão dos coronéis. "Reafirmo meu total apoio a todas as operações da Polícia Militar, compartilhando todas as responsabilidades inerentes à secretaria.”

A assessoria de imprensa da Polícia Militar confirmou a carta, disse que ela é pública, mas ressaltou que foi divulgada pessoalmente pelo comandante.

Edição: Fábio Massalli

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