Pacto do Rio entregará modelo de gestão integrada em 15 dias, diz entidade

Publicado em 13/05/2015 - 22:18 Por Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil - Rio de Janeiro

O Pacto do Rio, que tem objetivo de desenvolver projetos mais sustentáveis para as cidades e está sendo desenvolvido pelo Instituto Pereira Passos (IPP), espera definir um modelo de gestão integrada entre diversos setores da sociedade e o governo nos próximos 15 dias, segundo a presidenta da IPP, Eduarda La Rocque. Eduarda participou hoje (13) do 27º Fórum Nacional, promovido pelo Instituto Nacional de Altos Estudos (Inae).

O modelo de gestão integrada envolve a criação de uma nova associação, denominada Cariocas em Ação. “Somos nós exigindo informação qualificada, fazendo plano integrado para melhorar a qualidade da gestão pública, melhorar a qualidade dos investimentos sociais e democratizar o acesso a esse capital participativo do pacto por toda a população”, disse a presidenta do IPP. Trata-se, segundo Eduarda, de um novo modelo de capitalismo social que o IPP está tentando implementar.

O modelo de convergência de interesses é inspirado no projeto Favela é Cidade, do Fórum Nacional, que foi institucionalizado em 2012, com a adesão de parceiros estratégicos, como o Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o Programa de Aceleração do Crescimento em sua vertente social (PAC Social), a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), a Federação das Associações de Favelas do estado (Faferj), entre outros.

“É o que eu chamo de PPP6. São seis segmentos. É o público, o privado, o terceiro setor, a população, que tem de ser envolvida diretamente, a academia, para fazer o monitoramento dos indicadores, e o sexto segmento, que seriam os parceiros internacionais. A gente está incubando esse modelo e até julho vai dizer qual é o plano de ação até 2017 para a gente deixar uma rede autofinanciada e autossustentada”, disse Eduarda.

O Pacto do Rio foi lançado em dezembro do ano passado e se baseia no conceito de redes entrelaçadas. Agora, o conjunto de compromissos está sendo levado para fora da prefeitura. “A gente está desincubando o pacto para a sociedade civil assumir”, informou a presidenta do IPP.

Eduarda acrescentou que o objetivo final é fazer o dinheiro chegar na ponta. “Agora, a gente está conseguindo fazer, através de redes, soluções estruturais para serem replicadas. É um processo de muita construção, de muita integração, para que a gente possa colocar respostas para o desafio sustentável e a inclusão social para o modelo brasileiro”. Uma das propostas do IPP é que projetos apresentados pelas favelas sejam financiados por parcerias público-privadas (PPP) participativas, calcadas em formação compartilhada e qualificada. 

A presidenta do IPP acredita que o poder de transformação de informação compartilhada é gigantesco, devido à nova revolução industrial e às redes sociais. O objetivo é integrar os interesses dos moradores das comunidades com a prestação de serviços públicos, ou seja, casar demanda com oferta, alinhar os interesses do setor público e privado. Ela acredita que o maior desafio é encontrar formas de envolver a população.

Eduarda informou que a ideia é que essa rede autossustentada e autofinanciada possa permanecer pós-Olimpíadas de 2016, “para manter esse promotor de desenvolvimento urbano que a gente tem construído”. O Pacto do Rio tem vários parceiros articulados e em articulação.

O Fórum Nacional se encerra amanhã (14), na sede do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), no Rio de Janeiro, com a previsão de participação do ministro da Cultura, Juca Ferreira.

Edição: Fábio Massalli

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