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Amigos criam campanha de apoio a adolescentes violentadas no Piauí

Alex Rodrigues – Repórter da Agência Brasil
Publicado em 11/06/2015 - 14:27
Brasília

Amigos das quatro adolescentes de Castelo do Piauí que foram estupradas e agredidas no final de maio criaram, na internet, uma campanha para arrecadar dinheiro e ajudar as famílias das jovens a pagar o tratamento médico das garotas, cujas idades variam entre 15 e 17 anos, e outras eventuais despesas.

A campanha Flores Para Elas já arrecadou R$ 5 mil e aguarda a confirmação de mais R$ 8.5 mil no site colaborativo Vakinha. Outras contribuições são depositadas na conta poupança aberta na Caixa Econômica (agência 3389, conta 26859-0, operação 013, em nome de Milena Ellen Mineiro Torres, prima de uma das vítimas).

Além de organizar a arrecadação de dinheiro, que será encerrada no dia 22, o grupo formado por estudantes, professores, advogados e outros profissionais oferece apoio às vítimas e famílias, a quem visitam com frequência.

Na semana passada, eles organizaram um ato de apoio às vítimas, durante o qual distribuiram flores e pediram punição para todos os agressores das jovens.

Segundo o estudante Luan Leite, de 19 anos, um dos idealizadores da campanha, todo o valor arrecadado está sendo dividido entre as famílias das quatro jovens – inclusive da que morreu domingo (7), em decorrência dos ferimentos. Segundo a Secretaria de Saúde, a jovem teve esmagamento da face e lesões no pescoço e no tórax.

“Ficamos muito comovidos com o que ocorreu e decidimos ajudar”, disse Luan à Agência Brasil. Natural de Castelo do Piauí – de onde se mudou aos 14 anos para estudar na capital, Teresina, a cerca de 190 quilômetros – e amigo de duas das vítimas, ele afirma que o crime chocou a população da pacata cidade de cerca de 19 mil habitantes. “Em Castelo nunca houve casos de violência desta proporção. É um ato tão brutal, que todos estão se perguntando o que pode ter levado a isso.”

Quatro adolescentes foram apreendidos e um adulto preso, suspeitos de participação no crime. Segundo o delegado responsável pelo caso, Willame Moraes, as quatro meninas foram a um ponto turístico próximo à cidade para tirar fotografias. Ali, segundo o delegado, foram abordadas pelos suspeitos, amarradas e amordaçadas.

Em seguida, os adolescentes e o adulto as violentaram sexualmente antes de as arremessarem de um penhasco. As quatro jovens foram encontradas por policiais civis horas depois, desacordadas.

“Após os estupros, o maior [de idade] jogou as meninas ainda amarradas de uma altura de mais de 6 metros. Como elas sobreviveram, dois menores, a mando do maior, desceram até onde elas estavam e apedrejaram a cabeça delas, com o intuito de matá-las”, informou Moraes.