Municípios cearenses terão planos de conservação da Mata Atlântica
Sete cidades do Maciço de Baturité, uma das regiões serranas do Ceará, vão começar a elaborar planos de Conservação e Recuperação da Mata Atlântica (PMMA), depois que as prefeituras, em conjunto com a Secretaria Estadual do Meio Ambiente, assinaram hoje (10) termos de cooperação técnica com a Fundação SOS Mata Atlântica para elaboração dos projetos para cada município.
Os municípios beneficiados são Palmácia, Pacoti, Guaramiranga, Redenção, Baturité, Aratuba e Mulungu. O PMMA cria normas visando à preservação, ao uso sustentável e à recuperação das áreas de Mata Atlântica inseridas nos municípios brasileiros. Este é o primeiro trabalho de cooperação técnica para elaboração dos planos que a SOS Mata Atlântica realiza no Ceará.
“Estamos trazendo os instrumentos para que cada município escolha seu caminho de proteção e de uso da floresta. O melhor é que quem define esses parâmetros é sociedade civil, porque quem aprova os planos são os conselhos municipais de Meio Ambiente”, ressalta o diretor de Políticas Públicas da fundação, Mario Mantovani.
Segundo Mantovani, as áreas remanescentes do bioma no estado conservam características originais, como a presença de árvores altas. Dados da Fundação Mata Atlântica Cearense revelam que o chamado teto da floresta chega a uma altura entre 20 e 30 metros. Uma parte do bioma já está inserida na Área de Proteção Ambiental (APA) da Serra de Baturité, criada em 1990.
De acordo com o secretário do Meio Ambiente do Ceará, Artur Bruno, a existência da APA e da infraestrutura de fiscalização e monitoramento da área vai ajudar na implementação dos planos de conservação. “Essa área do Maciço de Baturité tem proteção, mas essa proteção ainda deixa a desejar. Nossa expectativa é que haja um trabalho constante, junto com as prefeituras, como moradores, ONGs [organizações não governamentais] e universidades, de preservação e de ampliação da Mata Atlântica. Pretendemos fazer replantio de matas ciliares.”
O secretário informou que já dispõe de R$ 400 mil em recursos para iniciar a recuperação das nascentes do Rio Pacoti, que vem sendo degradado devido ao recebimento de efluentes domésticos e industriais.